TÍTULO

ANALISE COMPARATIVA DAS CARACTERISTICAS CLINICAS E HERNIARIAS DOS PACIENTES COM HERNIA COMPLEXA VERSUS PACIENTES COM PERDA DE DOMICILIO.

OBJETIVO

Caracterizar o paciente com perda de domicílio dentro do contexto de pacientes diagnosticados com hérnia complexa

MÉTODO

Este é um estudo prospectivo de série de casos de pacientes diagnosticados com hérnia complexa, usando informações obtidas a partir do banco de dados do serviço da parede abdominal do Hospital Geral de Ernesto Simões (Salvador-Ba). Os pacientes analisados nesta amostra foram diagnosticados com base nos critérios da European Hernia Society e o diagnóstico de perda de domicilio foi considerado através do exame clínico, no qual o conteúdo herniário em repouso, não retorna há cavidade abdominal mesmo com o paciente em decúbito dorsal. Todos os casos foram submetidos a TC de abdome. Analisamos variáveis clínicas e as características da hérnia de 101 pacientes entre junho de 2017 e janeiro de 2019, sendo que dentre eles 53 pacientes foram diagnosticados com perda de domicílio.

RESULTADOS

Na amostra global, com 101 pacientes, encontramos uma média de idade de 52,25 anos (±13,75), 63% dos pacientes eram mulheres. Os mesmos possuíam um IMC médio de 31,68 (±6,76); 29,8% eram obesos I, 18,3% obesos II e 10,6% obesos III. Quanto aos fatores de Risco, 18,5% eram diabéticos e 12,1% se autodeclararam fumantes. Na amostra de pacientes com perda de domicílio (n=53), a idade média foi de 55,04 anos (±12.39), 70,9% dos pacientes era mulheres. Foi encontrado um IMC médio de 33,81 (±7.43), sendo 28,8% obesidade I, 23,1% obesidade II e 17,3% obesidade III. Quanto as comorbidades, 58,2% tinha HAS, 23,6% tinham diabetes e 20,4% se autodeclararam fumantes. Dentre as características da hérnia, na amostra global (n=101), 91,6% apresentava hérnia ventral, enquanto 7,5% apresentava hérnia inguinal. Apenas 11,2% não fizeram cirurgias previas, e os que foram submetidos a cirurgias prévias 74,5% não usaram tela.As hérnias eram incisionais em 95,9% das vezes e sobre a localização, mediais em 87,4%. Quanto ao tamanho das hérnias, se primárias, todas foram classificadas como grandes (>4cm) e quando incisionais 56,4% como grandes, 34,6% como médias e 9% como pequenas. O tamanho do anel herniário (TAH) tinha como mediana 9,4cm (6,50 – 13,30 IIQ). As características da hérnia na amostra com pacientes com perda de domicílio apenas 18,2% não fizeram cirurgia prévia, 77,8% não fez uso de tela durante a cirurgia prévia. Portadores de hérnia ventrais eram 85,5%, de hérnias inguinais foram 14,5%. 40,7% apresentavam histórico de recidiva. Quanto aos achados da TC de abdome, o TAH possuía uma mediana de 9,9 cm (6,09 - 15 IIQ). A relação de volume do saco herniário/Volume da Cavidade Abdominal possuía uma mediana de 27% (16 – 43 IIQ).

CONCLUSÕES

Foi encontrada diferença com significância estatística entre as algumas das variáveis testadas entre a amostra de pacientes com perda de domicílio e a amostra global. O estudo não tem relevância suficiente determinar relação de causa-efeito em relação à perda de domicílio, mas levanta hipóteses que podem ser testadas em estudos maiores.