Dados do Trabalho


TÍTULO

Diagnóstico intraoperatório de Paraganglioma - relato de caso

INTRODUÇÃO

Paraganglioma é o tumor que se origina das células cromafins paraórticas da crista neural e não se agrupam nas glândulas supra-renais, podendo surgir ao longo dos gânglios do plexo parassimpático ou do plexo simpático paravertebral.
Podem ser secretores ou não de catecolaminas, principalmente adrenalina e noradrenalina. Quando secretores são referidos popularmente como feocromocitomas extra-adrenais, pois apresentam a sintomatologia semelhante a estes.
É uma doença rara, principalmente em sua variante não excretora, e não há predomínio entre os sexos.
Ocorrem como neoplasia única ou associada a outros tumores endócrinos.
A malignidade depende da invasão regional, metástase a distância, tamanho, tempo do diagnóstico e propedêutica. A ressonância magnética por sua alta sensibilidade é fundamental para localização, e deve ser complementada pela angiotomografia.

RELATO DE CASO

Homem de 35 anos, assintomático, realizou ressonância nuclear magnética para acompanhamento de hérnia de disco vertebral, sendo identificado tumor retroperitoneal delimitado e ovalado, heterogêneo, em região infra renal anterior com plano de clivagem em veia cava; para complementação realizou angiotomografia evidenciando lesão isolada dos vaso retroperitoneais. Ao exame físico apresentava-se afebril e estável hemodinâmicamente, abdome normotenso indolor com palpação de massa infraumbilical a direita, móvel e endurecida; testículos tópicos com hidrocele a direita, eliminações fisiológicas satisfatórias.
Submetido a laparoscopia para exérese do tumor retroperitoneal com linfadenectomia.
Material enviado para exame anátomo patólogico que mostrou neoplasia epitelial compatível com feocromocitoma.
Durante procedimento operatório o paciente apresentou crise hipertensiva corrigida, de difícil controle pela equipe de anestesia e com resolução imediata após a ressecção do tumor.
Apresentou evolução favorável em pôs operatório sendo encaminhado à oncologia para avaliação global e estadiamento, não sendo indicado tratamento adjuvante.

DISCUSSÃO

Trata-se de um tumor raro, destacando-se que a níveis normais de catecolaminas não exclui o seu diagnóstico.
Apesar de possuírem aspecto variável são sempre hipervascularizados. Os tumores grandes podem conter zonas necróticas e apresentar hemorragias.
O tratamento de escolha é cirúrgico apesar de ser um desafio devido às possíveis alterações hemodinâmicas durante sua manipulação.
Em casos de malignidade definida pelo comportamento biológico do tumor há a indicação de adjuvancia com químio e/ou radiofármacos.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

BIOCOR - Minas Gerais - Brasil

Autores

Ana Rosaria Medeiros Peres, Romulo Andrade Souki, Fernanda Ramos Brandão, Angerson Caetano Cecatto, Eduardo Reis Maia, Manuela Alves Marinho Rabelo, Juan Mário Vaca Pereira Vrandecic, Paula Braga Nunes