Dados do Trabalho


TÍTULO

CORPO ESTRANHO NO ESOFAGO

INTRODUÇÃO

Corpos estranhos (CE) ingeridos propositalmente ou acidentalmente podem ficar retidos em porções do trato gastrointestinal (TGI), afetando principalmente crianças, cerca de 80% dos casos. Grande parte dos CE ingeridos são expelidos naturalmente, mas alguns obstruem a luz do TGI e até mesmo perfuraram sua parede. Como o esôfago é uma porção estreita, há maior incidência de retenção desses objetos nele. Crianças em idade pré-escolar (2 a 4 anos) compõem o grupo de maior incidência, podendo ingerir acessórios, moedas ou brinquedos. Para o diagnóstico é importante observar sintomas como disfagia, odinofagia e sialorréia, possivelmente indicativos de obstrução, de modo que as alterações dependem da porção do TGl que foi afetada e da natureza do objeto. O presente estudo objetiva relatar caso de presença de corpo estranho no esôfago em paciente pediátrico para registro e estudo de conduta.

RELATO DE CASO

V. J. B. S., 07 anos, foi admitido no serviço de Urgência do Hospital Infantil Público de Palmas (HIPP) no dia 09/07/18, com queixa de ter deglutido um objeto, não sabendo a mãe especificá-lo. Relata que no momento após ingestão o menor apresentou náusea e queixou disfagia e odinofagia, porém, houve redução gradual dos sintomas. Ao exame físico o menor encontrava-se ativo, eupneico, afebril, sem sialorréia. Durante exame de cabeça e pescoço apresentou dor à palpação cervical e dificuldade de lateralização. Foi solicitada uma radiografia de tórax, abdome e região cervical, com posterior internação do paciente. Na avaliação radiológica foi evidenciado um corpo estranho em porção superior de esôfago, próximo à orofaringe. Diante do quadro, paciente foi encaminhado no mesmo dia ao Hospital Geral de Palmas (HGP) devido à complexidade. Foi indicada a retirada do objeto via Endoscopia Digestiva Alta (EDA). Realizou-se a EDA no dia 10/07/2018, a qual revelou que o objeto era um brinco e devido ao formato pontiagudo e localização em stop no esfíncter esofágico superior não seria possível retirada do objeto endoscopicamente. Com isso, em caráter de urgência, foi indicado o procedimento de toracotomia lateral associado à esofagotomia lateral, retirada de corpo estranho e drenagem torácica, procedimento este realizado no mesmo dia da admissão no serviço.Paciente foi admitido pós-cirúrgico em UTI Pediátrica do serviço, evoluindo sem intercorrências, e obteve alta hospitalar no dia 16/07/2018.

DISCUSSÃO

Casos de Corpo Estranho no Esôfago são frequentes na infância, sendo que os casos mais graves são tratados por via endoscópica, em casos mais difíceis o objeto é conduzido ao estomago e só então retirado da forma mais segura para o paciente. No caso descrito é notável que, devido ao objeto se encontrar aderido à parede esofágica, a necessidade de uma toracotomia lateral foi feita para que o objeto fosse retirado com segurança sem que viesse a causar maiores danos ao paciente.

Área

ESÔFAGO

Instituições

Universidade Federal do Tocantins - Tocantins - Brasil

Autores

Pedro Montes, Rosessol Wanderley, Aurilane Silva, Henrique Santana, Letícia Reis, Danilo Daud, Marcos Campos