Dados do Trabalho


TÍTULO

TRANSPLANTE DE FIGADO: PANORAMA BRASILEIRO DE 2007 – 2017

OBJETIVO

No Brasil o transplante (TX) hepático foi realizado pela primeira vez em 1968, no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. E em 1989, já tomava destaque internacional com a publicação da primeira técnica de TX hepático com enxertos provenientes de doadores vivos, na Lancet. Tal importância se mante até os dias atuais, com o Brasil sendo o segundo país que mais realiza TX de fígado, atrás apenas dos Estados Unidos. Objetiva-se nesse trabalho trazer um panorama numérico dos TX hepáticos no Brasil no período de 2007-2017.

MÉTODO

Procedeu-se a leitura e análise do registro brasileiro de transplantes, veículo oficial da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, buscando dados consolidados do número de TX realizados e documentados a cada edição publicada do registro. Obteve-se a análise do número de procedimentos no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2017, assim como tipo de doador e seus números por região do país. Não se incluiu na analise o ano de 2018 por não possuir números finais consolidados.

RESULTADOS

No acumulado do período o país já realizou 17311 TX hepáticos. O número absoluto de TX cresceu quase 110%, de 1007 em 2007 para 2019 em 2017. O principal tipo de doador, foi durante o período, ano após ano o Doador Falecido com 15827 TX desse tipo no período, em seguida vem o Doador Vivo que se diferencia em Parente e Não Parente com números respectivos de 1288 e 195 TX. A pesar do numero sempre crescente de TX, o número de equipes ativas caiu de 71 em 2007 para 69 em 2017. A região que lidera o número de TX é a região Sudeste que atingiu o número de 1089 no ano de 2017, crescimento de 79% em relação a 2007 (609 TX). A lista de espera por um TX em dezembro de 2017 era de 1101 pacientes, só no estado de São Paulo 583 pacientes. O TX hepático foi realizado nas cinco regiões, em 12 estados e no DF. Em 2017 o TX de fígado com doador vivo cresceu 15,9%, correspondendo a 8,6% dos TX (0,9 pmp). É interessante observar que, em SP 22,2% dos TX hepáticos, em 2017, foram com doador vivo (3,4 pmp); esse estado foi responsável por 85% dos TX com doador vivo no país. O DF e dois estados (PR e CE) ultrapassaram a barreira dos 20 TX pmp e estão próximos de atingir a meta de 30 pmp. Com 1.927 TX com doador falecido, a taxa de aproveitamento de fígado foi de 56%.

CONCLUSÕES

Desde que foi realizado pela primeira vez, em 1963 pelo Dr. Thomas Starzl, o TX de fígado passou por diversos avanços que garantiram a difusão da técnica para diversos centros em todo o mundo. No Brasil o TX de Fígado encontrou solo fértil, como na análise feita do período, em que o número de procedimentos foi crescente. Porém, o número de TX ainda não alcança um terço dos TX realizados nos EUA, 7842. Todavia a fila de espera no Brasil é menor que nos EUA, que tinha 13726 candidatos a espera, em 2016. Desafios persistem como a implantação de equipes em estados que ainda carecem, a redução da fila de espera pelo procedimento, e a melhora da sobrevida do paciente.

Área

TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

Instituições

Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás - Goiás - Brasil

Autores

Luiz César de Camargo Ferro, Ricardo Vieira Teles Filho, Lucas Henrique Souza de Azevêdo, Victória Coelho Jacome Queiroz, Isabella Mendes de Souza Jorge