Dados do Trabalho


TÍTULO

DESARTICULAÇAO INTERESCAPULOTORACICA COMO TRATAMENTO DE CARCINOMA DE MAMA LOCALMENTE AVANÇADO

INTRODUÇÃO

Globalmente, o câncer de mama é a neoplasia maligna mais frequentemente diagnosticada, sendo responsável por mais de um milhão de casos a cada ano. É também a principal causa de morte por câncer em mulheres em todo o mundo. Uma vez estabelecido o diagnóstico de câncer de mama, é importante definir com precisão a extensão inicial da doença, uma vez que essa informação afetará a recomendação de tratamento. Sendo que a Desarticulação interescapulotorácica se mantém como alternativa terapêutica aos procedimentos conservadores naqueles tumores localmente avançados envolvendo a axila e o ombro.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 58 anos, faioderma, compareceu ao serviço de Cirurgia Torácica no município de Belo Horizonte – MG em novembro de 2017, encaminhada pela equipe de mastologia. Ao exame físico, apresentava abaulamento em região infraclavicular direita de aproximadamente 5cm. A paciente possuía histórico de Setorectomia em quadrante superior lateral direito em outubro de 2016, com posterior Mastectomia à direita em março de 2017, devido diagnóstico de Carcinoma ductal invasivo recidivado e não responsivo a quimioterapia e radioterapia.
Na propedêutica, a Cintilografia apresentou baixa probabilidade de implantes osteoblásticos, a Tomografia Computadorizada de Tórax identificou massa em topografia do músculo peitoral maior direito, com dimensões de 11,5X7,6X5,3cm. A Ressonância Nuclear Magnética de tórax evidenciou comprometimento importante do plexo braquial, artéria e veia axilar direita.
Foi discutido com a equipe de oncologia clínica e definido como a única chance de tratamento curativo a Desarticulação interescapulotorácica, tendo em vista que a paciente não apresentava metástase. Em maio de 2018 foi realizado o procedimento proposto, em seguida a paciente foi encaminhada para o CTI onde foi iniciado o curativo à vácuo. Apresentou boa evolução e recebeu alta do CTI após cinco dias. O anátomo patológico mostrou adenocarcinoma multifocal, apresentando margens livres na peça cirúrgica. No 14º dia pós-operatório, foi realizado pela equipe de cirurgia plástica, a rotação de grande dorsal para cobertura de exposição da caixa torácica.
Em julho de 2018 a paciente recebeu alta hospitalar para seguir acompanhamento ambulatorial e com o EMAD.

DISCUSSÃO

O nódulo mamário é a apresentação inicial em cerca de 90% dos casos de câncer de mama. Com relação aos métodos diagnósticos, os resultados por imagem e biópsias representam um papel central no diagnóstico, plano terapêutico e estadiamento do paciente com câncer de mama.
A Desarticulação interescapulotorácica foi inicialmente proposta em meados do século XIX para o tratamento de lesões traumáticas envolvendo a cintura escapular, hoje tem sido empregada para o controle local de vários tipos de tumores malignos envolvendo a região da axila e ombro, onde uma operação conservadora não pôde ser indicada, devido o tumor ser localmente avançado, invadir o plexo braquial e não apresentar resposta a quimioterapia e radioterapia.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

Hospital Alberto Cavalcanti - Minas Gerais - Brasil

Autores

Erlon de Ávila Carvaho, Andreza de Jesus Prates, Aurélio Rocha de Oliveira, Felipe Antônio de Souza Fonseca, Marina Varela Braga de Oliveira, Shaline Braga Ramos