Dados do Trabalho


TÍTULO

LEIOMIOSSARCOMA DE BEXIGA: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O leiomiossarcoma (LMS) de bexiga é um tumor mesenquimal maligno desenvolvido à custa do músculo liso da bexiga. O LMS na bexiga é raro – apenas 5% dos tumores de bexiga são de origem epitelial e menos de 0,5% são leiomiossarcomas. Há cerca de 100 casos relatados na literatura, desde a primeira descrição feita há um século por Gusshaver. Manifesta-se por hematúria maciça (encontrada em 57% dos casos), associada ou não com massa hipogástrica e irritação da bexiga.

RELATO DE CASO

Neste trabalho relatamos um caso de leiomiossarcoma de bexiga em um paciente do sexo masculino, de 43 anos. O paciente foi encaminhado ao serviço de Oncologia Cirúrgica do Hospital do Rocio em Campo Largo Rocio devido a presença de massa pélvica e um quadro clínico de dor abdominal, insuficiência renal aguda (IRA) e hematoquezia. O paciente possuía histórico de leiomiossarcoma vesical 6 anos antes e realizou uma ressecção transuretral (RTU). Paciente negou histórico familiar de neoplasia, é etilista, tabagista e tem hipertensão arterial (HAS). Uma tomografia computadorizada evidenciou lesão volumosa invadindo bexiga, próstata e reto e comprimindo o sistema pielocalicial, de dimensões 14x20 cm. A conduta terapêutica proposta foi a realização de uma cistectomia radical, prostatectomia, provável retossigmoidectomia e Bricker. No intraoperatório, evidenciou-se extensa massa proveniente da bexiga, hipervascularizada, envolvendo parede abdominal e comprimindo ureteres bilateralmente e artérias ilíacas. Prosseguiu-se com ressecção da extensa lesão em bexiga e próstata em monobloco, com realização de Bricker. Não foi necessária a realização de retossigmoidectomia. O material ressecado foi encaminhado para anatomopatológico, que revelou se tratar de um sarcoma fusocelular pleomórfico com necrose, de dimensões 30x25x13 cm e pesando 4,4 kg, infiltrando parede vesical externamente. O material foi encaminhado para a imunohistoquímica, que evidenciou leiomiossarcoma grau I, estágio II na classificação TNM.

DISCUSSÃO

Consideramos importante a descrição desse caso devido a baixa incidencia desse tipo de tumor. Além disso, a partir desse relato, é possível discutir as possíveis abordagens utilizadas na terapeutica dessa neoplasia, já que não há consenso a respeito do tratamento do LMS. Alguns estudos sugerem que a cistectomia total obtém os melhores resultados. A cistectomia radical é o procedimento mais comumente escolhido para abordagem de tumores invasivos de bexiga, como escolhido para o paciente do caso.

Área

UROLOGIA

Instituições

Hospital do Rocio - Paraná - Brasil

Autores

Filipe Vieira Kwiatkowski, Amanda da Silva Anjos, Evelyn Carolina Suquebski Dib, Rafael Vieira Kwiatkowski, Brenno Giovanni Hernando Vidotti, Diego de Carvalho Duarte Mari