Dados do Trabalho


TÍTULO

PAREDE ABDOMINAL DIFICIL E HIPERTENSAO INTRA-ABDOMINAL COMO FATOR COMPLICADOR: UMA REVISAO LITERARIA.

OBJETIVO

Evidenciar essa complicação que atua como um estressante fisiológico de gravidade clínica e alta prevalência em unidades de terapia intensivas (UTI) e centros cirúrgicos, principalmente em pacientes oriundos de processos traumáticos, além de ressaltar a conduta terapêutica que deve ser adotada pelo cirurgião ao deparar-se com tal situação.

MÉTODO

Foram utilizadas as bases de dados em saúde PubMed, Scielo e LILACS, nas quais foram selecionados 13 artigos como referência para o desenvolvimento da revisão literária, por meio de buscas com os descritores em ciências da saúde (DeCS-BVS): laparotomia, parede abdominal, hipertensão intra-abominal (HIA), e seus respecitvos correlatos em inglês.

RESULTADOS

Em emergências com trauma abdominal, a elevação da PIA pode ser encontrada em até 28% dos pacientes (VATANKHAH et al, 2018). Um estudo transversal brasileiro recente (BAHTEN et al, 2018) demonstrou a prevalência HIA: 60,5% são do sexo feminino; idade de 26 a 30 anos representaram 68,4% dos acometidos. Noutro estudo nacional (TALIZIN et al, 2017), evidenciou-se a presença de HIA no paciente grande queimado: 45,6% de 31 a 50 anos, sendo 71,1% dos pacientes do sexo masculino que participaram da análise. Ademais, o estudo demonstrou associação entre HIA e injúria renal aguda em 69,9% dos casos. A mortalidade ocasionada por esse fator complicador tem diminuído, de 49,2% em 2006 a 27,3% em 2016 (POPESCU et al, 2018).

CONCLUSÕES

A hipertensão intra-abdominal é caracterizada por aumento da pressão intra-abdominal (PIA), sendo considerado normal os valores abaixo de 12 mmHg, com alvo entre 5 e 7 mmHg em pacientes críticos. A elevação do valor de PIA contínuo acima de 12 mmHg estabelece o diagnóstico de HIA. A sua ocorrência em pacientes cirúrgicos, sépticos ou vítimas de trauma têm sido amplamente discutida (HOLODINSKY et al, 2013). Conforme estabelecido em 2004 pelo World Congresso of Abdominal Compartment Syndrome (Congresso Mundial de Síndrome Compartimental Abdominal), a HIA pode ser classificada em: grau I (PIA entre 12 e 15 mmHg); grau II (PIA entre 16 e 20 mmHg); grau III (PIA entre 21 e 25 mmHg) e grau IV (PIA maior que 25 mmHg). A pressão intra-abdominal sustentada acima de 20 mmHg associada à disfunção ou falência de novo órgão é denominada síndrome compartimental abdominal. A diminuição em grandes níveis percentuais de morbidade e mortalidade da HIA deve-se às medidas efetuadas de forma precoce, como instituição de posição supina, ressuscitação cristaloide prudente e a drenagem do líquido intra-abdominal em excesso. Se não houver resultado satisfatório no controle da PIA, a laparotomia descompressiva precoce deve ser considerada, principalmente se houver disfunção de órgão (TOWNSEND et al, 2015). A técnica de mensuração mais utilizada para se medir a PIA é através da pressão intravesical, utilizando o sistema de medida AbViser, que fica localizado, de forma asséptica, entre a sonda vesical e o sistema coletor (TALIZIN et al, 2017).

Área

PAREDE ABDOMINAL

Instituições

FSM - Paraíba - Brasil

Autores

Moisés Souza Lima, Andressa Almeida Sousa, Antonio Nelson Alencar Araújo, David Sammuel Dantas Torres, Francisco Jonas Pires Andrade, Lívia Machado Macedo, Maria Gislaine Mayanne Vieira, Yolanda Melo Omena Lira