Dados do Trabalho
TÍTULO
PROTOCOLOS DE EUTANASIA EM CIRURGIA EXPERIMENTAL
OBJETIVO
Realizar uma revisão dos conhecimentos acerca dos protocolos de eutanásia utilizados em modelos experimentais com ratos e camundongos.
MÉTODO
Para a realização do estudo foram analisados artigos e publicações online que fizessem referência ao tema. Foram consultadas as bases de dados eletrônicas MEDLINE/Pubmed, Scielo e Lilacs com a seguinte combinação de descritores: “Euthanasia, Animal” AND (“Models, Animal” OR “Rats”). Foram incluídos artigos publicados em português e inglês entre 2014 e 2019. Dos 30 artigos encontrados, 12 foram excluídos após leitura analítica por se tratarem de revisões de literatura ou por não especificarem o método de eutanásia utilizado.
RESULTADOS
Estudos incluídos na análise que demonstram evidências relevantes sobre o impacto que o método de eutanásia pode apresentar sobre os resultados experimentais. O uso de anestésicos minutos antes da eutanásia se mostrou capaz de alterar a expressão de RNAm no tecido cerebral, enquanto que o uso de isoflurano para a eutanásia induziu rápidas alterações na neuroplasticidade e nas respostas eletrofisiológicas. Ratos eutanasiados com injeção intraperitoneal de pentobarbital apresentaram grandes alterações nos biomarcadores metabólicos analisados, como menores concentrações de ácidos graxos livres em comparação com os eutanasiados com decapitação ou inalação de CO2. Métodos físicos, como a decapitação sem anestesia prévia, além de práticos, são preferíveis no caso de estudos onde agentes químicos possam modificar características dos fluídos e tecidos orgânicos, embora tenha sido demonstrado que a presença de um estressor físico estimula a liberação de corticosterona, que promove lipólise e proteólise, alterando dessa forma os níveis de marcadores séricos. A injeção intraperitoneal de etanol (70 ou 100%), embora pouco empregada, foi apresentada como uma alternativa confiável, barata e segura, provocando rápida perda de consciência seguida de parada cardiorrespiratória, não divergindo significativamente da eutanásia pela combinação pentobarbital-fenitoína (Pe/Ph). Também há preocupação com os aspectos bioéticos que envolvem o bem-estar do animal, como em 2 artigos que tratam do refinamento da eutanásia por injeção de pentobarbital, no qual um mostra que a associação com um anestésico local como a lidocaína pode reduzir o desconforto abdominal, enquanto outro, que a utilização de uma alta dose e um alto volume resulta em uma morte mais rápida e consistente.
CONCLUSÕES
As pesquisas acerca da influência do protocolo de eutanásia sobre os resultados experimentais e suas possíveis extrapolações ainda são limitadas, embora as existentes já mostrem a relevância da discussão para o meio científico, há necessidade de mais estudos na área. Não existe um protocolo considerado padrão-ouro, visto que o escolhido deve atender as necessidades e os propósitos do estudo, além de ser seguro, rápido e indolor, com o mínimo de estresse para o animal.
Área
EXPERIMENTAL / PESQUISA BÁSICA
Instituições
LCE / UEPA - Pará - Brasil
Autores
BERTHO VINÍCIUS ROCHA NYLANDER, LUÍS VINÍCIUS PIRES DA COSTA, NILO CESAR RAIOL DE LIMA, LIDUINA MORAES CASTRO, CAMILLA CRISTINA PEREIRA LEITÃO, MARIA EDUARDA SILVEIRA BÜHRNHEIM, GISELLE ALMEIDA COUCEIRO