Dados do Trabalho
TÍTULO
TUMOR PHYLLODES: MASTECTOMIA E RECONSTRUÇAO MAMARIA
INTRODUÇÃO
Tumores phyllodes (TP) de mama são neoplasias raras, encontradas em menos de 1% dos tumores mamários, com predominância em mulheres entre 35 e 55 anos. São tumores fibroepiteliais bifásicos, com elemento estromal e epitelial. A Organização Mundial da Saúde os classifica em benigno, borderline e maligno, conforme atipia e pleomorfismo celular, mitoses, margem tumoral e crescimento estromal. Não costumam apresentar manifestações típicas e, ao exame físico, são nódulos de crescimento rápido. A ecografia auxilia no diagnóstico e orienta biópsia. O tratamento é cirúrgico, englobando de excisão local ampla a mastectomia.
RELATO DE CASO
Mulher de 25 anos procurou atendimento após exérese de três nódulos recidivantes em mama direita, com diagnóstico de TP borderline com margens comprometidas. Apresentava-se assintomática, com lesão cicatricial de 6 cm em retração na união dos quadrantes externos da mama direita e adensamento do tecido subjacente, sem delimitação de novos nódulos. Mamografia, ecografia e ressonância magnética evidenciaram coleção anecoica de 3 cm junto ao sítio cirúrgico prévio e área nodular adjacente de 0,5 cm, correlacionados à patologia. Radiografia de tórax e ecografia de abdome sem evidência de metástases. Teste genético com variantes de significância incerta em BRCA 1 e 2. Foi submetida a mastectomia direita poupadora de pele, com enxerto de aréola, e mamoplastia redutora esquerda para simetrização, seguidas de reconstrução bilateral com prótese. O anatomopatológico evidenciou ausência de TP residual.
DISCUSSÃO
TP manifestam-se como nódulos mamários de crescimento rápido, com média de 4 a 7 cm. São benignos em 60-75%, borderline em 13-26% e malignos em 10-20% dos casos. A distinção entre seus subgrupos é difícil clinicamente, assim como entre TP benigno e fibroadenoma, e TP maligno e sarcoma primário de mama. A biópsia por agulha grossa guiada aumenta a acurácia diagnóstica. Por conta da taxa de recorrência local e do potencial metastático, principalmente hematogênico, o tratamento é cirúrgico, compreendendo de excisão local a mastectomia, com margens de ressecção mínimas de 1-2 cm. Métodos adjuvantes têm papel pouco eficiente na terapêutica. Devido ao grande volume mamário da paciente, aos múltiplos episódios de recorrência das lesões e à histologia de TP borderline, realizou-se mastectomia poupadora de pele à direita, com ressecção de massa tumoral residual, tecido fibrótico adjacente e tecido cutâneo cicatricial, e reconstrução com prótese e enxertia de aréola e mamilo, seguindo tendência da literatura para melhor resultado estético; à esquerda, realizou-se mamoplastia redutora para simetrização e reconstrução com prótese, com rotação de retalho do complexo aréolo-mamilar para preservação estética e funcional. Após cinco meses, não houve recidiva ao exame clínico e à ecografia. O resultado do procedimento foi satisfatório. Planeja-se reintervenção para lipoenxertia em mama direita, visando melhor simetrização e obtenção de aspecto estético mais natural.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
Universidade Federal do Rio Grande - FURG - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
BRUNO BISOGNIN GARLET, LUCIANO ZOGBI DIAS, FREDERICO DIEFENTHAELER KRAHE, PAULO PEREIRA SOUZA FAVALLI, LUCAS BERTOLIN