Dados do Trabalho
TÍTULO
ANÁLISE DAS TÉCNICAS DE RECONSTRUÇÃO DO URETER NO TRANSPLANTE RENAL EM ADULTOS: UM ESTUDO RETROSPECTIVO
OBJETIVO
Analisar a frequência das complicações de um transplante renal, correlacionando com as técnicas usadas para a reconstrução do ureter, os fatores que influenciaram na evolução clínica dos pacientes e observar a ocorrência de complicações relacionadas ao procedimento cirúrgico.
MÉTODO
Estudo desenvolvido no modelo de coorte retrospectivo, realizado no setor de transplante renal de um hospital terciário de Pernambuco. A coleta de dados foi realizada no período entre agosto de 2017 e março de 2018 e a amostra foi composta por pacientes adultos de ambos os sexos que foram submetidos ao procedimento cirúrgico para transplante renal no serviço de Transplante Renal do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) no período de janeiro de 2015 a maio de 2017, com total de 545 pacientes. Todos os eventos considerados para a pesquisa ocorreram em até 6 meses após a cirurgia e as informações foram extraídas do sistema de dados do serviço, somado ao prontuário dos pacientes. Foram coletadas variáveis do doador, como idade e vitalidade e, em caso de doador falecido, a causa mortis; e do receptor, que incluíam idade, sexo, comorbidades, hábitos de vida, como tabagismo e etilismo, e a doença de base que levou ao transplante. Adicionalmente, foram incluídas as técnicas utilizadas para o transplante e o tempo de cirurgia, além das complicações sistêmicas e urológicas pós-cirúrgicas, dentre elas estenose, fístula e necrose do ureter. Os dados foram criteriosamente selecionados e mantidos em sigilo pelos pesquisadores. A pesquisa não ofereceu risco aos pacientes.
RESULTADOS
Foram analisados 545 pacientes, cuja idade média foi de 43.9 anos e observou-se prevalência do sexo masculino (58.5%). As anastomoses avaliadas foram ureterovesical (UV), ureteroureteral término-lateral (UU TL) e ureteroureteral término-terminal (UU TT). Ao todo, foram relatadas 34 complicações urológicas, dentre elas, a fístula (26.5%) mostrou-se a principal causa de reabordagem cirúrgica ou perda de enxerto. No que se refere às anastomoses primárias, a UU TT apontou menor taxa de complicações (4.1%). Constatou-se que as complicações urológicas não se mostraram associadas estatisticamente ao tempo de isquemia total, contudo, apresentou associação significante com o tipo de anastomose.
CONCLUSÕES
As abordagens ureterais apresentaram taxas de complicações urológicas inferiores à técnica ureterovesical, especialmente a UU TT. Visto que o resultado é compatível com a literatura internacional, a aplicação destas anastomoses primárias deve ser considerado em outros serviços. Faz-se necessário a realização de estudos multicêntricos para confirmação da tese.
Área
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS
Instituições
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - Pernambuco - Brasil
Autores
Cristiano Souza Leão, Petrus Lima, Clarissa Soares Porto, Natália Nascimento d’Azevedo, Ângelo Gomes, Maria Eduarda Carneiro, George Darce