Dados do Trabalho


TÍTULO

TORÇAO ISOLADA DA TUBA UTERINA EM ADOLESCENTE

INTRODUÇÃO

A torção isolada da tuba uterina é um evento incomum caracterizado por dor abdominal aguda e de diagnóstico definitivo apenas intra-operatório. Estima-se que a sua incidência seja de 1 em cada 1,5 milhões de mulheres, sendo mais comum em mulheres na idade reprodutiva dotadas de alguns fatores predisponentes, como, por exemplo, cirurgia pélvica prévia, hidrossalpinge, gravidez ectópica e traumatismos.

RELATO DE CASO

Paciente M. L. S., feminino, 12 anos, virgo, com menarca aos 10 anos de idade, apresentando há cerca de 3 meses dor pélvica de início súbito, de caráter persistente e de forte intensidade, que não melhorava ao uso de analgésico habitual. Realizou ultrassonografia pélvica e ressonância magnética que evidenciou cisto retrouterino de 7cm. Foi feito diagnóstico de cisto hemorrágico e iniciado tratamento com Dienogeste. Após 2 semanas de tratamento, paciente persistiu com muita dor pélvica, sem melhora do quadro clínico, e optou-se pela abordagem cirúrgica. Assim, realizou-se uma videolaparoscopia, em que se observou um volumoso cisto paratubário necrosado e torcido em seu próprio pedículo. A tuba uterina encontrava-se isquêmica e com sinais de necrose, porém o ovário não estava acometido. Foi realizada apenas a salpingectomia esquerda com preservação do ovário correspondente. Ao exame anatomopatológico, foi observado cisto seroso de mesossalpinge com áreas de necrose isquêmica.

DISCUSSÃO

A torção tubária é um acometimento abdominal agudo raro em crianças e que pode ser dificultado devido a achados clínicos, radiológicos e laboratoriais inespecíficos. Para o manejo da patologia, é necessária a distorção da tuba por via laparoscópica ou laparotômica, na qual a integridade tubária deve ser preterida. Porém, o difícil diagnóstico dessa patologia resulta na cirurgia tardia, como ocorrido com a paciente, que obteve o diagnóstico definitivo 2 semanas após o início dos sintomas e evoluiu com uma necrose da tuba uterina devendo, assim, ser realizado uma salpingectomia de imediato. A salpingectomia por videolaparoscopia (VLP) mostra-se como padrão-ouro, pois é importante na medida em que permite a visualização direta das condições que constituem emergências ginecológicas, contribuindo dessa forma para o seu diagnóstico definitivo e estando relacionada à menor morbidade.. Dessa forma, o diagnóstico precoce contribui para a preservação da integridade tubária e para a futura fertilidade através de manejo cirúrgico conveniente e resolutivo, principalmente em adolescentes jovens.

Área

GINECOLOGIA

Instituições

UNIPÊ - Paraíba - Brasil

Autores

Beatriz Bastos, Gabriella Bento de Morais, Vanessa Araújo Alves, David Lucas Lisboa, Bárbara Madruga Cavalcanti, Melisandro Almeida Lacerda, Bianca Dantas