Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO VIDEOLAPAROSCOPICO DA COLEDOCOLITIASE: ESTUDO DE CASO
INTRODUÇÃO
A coledocolitíase incide em 8% a 20% dos doentes portadores de litíase vesicular. Este achado determina a necessidade de intervenção na via biliar principal, além da colecistectomia. A intervenção na VBP poderá ser cirúrgica ou endoscópica.
As principais opções são: exploração cirúrgica das vias biliares por VL ou por via aberta, CPRE no intraoperatório, CPRE no pós-operatório, ou, ainda, observação do doente, esperando que o cálculo passe espontaneamente pela papila, quando este for menor que 4 mm.
A CPRE ganhou força no tratamento dos cálculos do colédoco no período pré-operatório. No entanto, o aperfeiçoamento dos equipamentos e do manejo das técnicas de videocirurgia possibilitou que a coledocolitíase fosse tratada também por via laparoscópica.
Tantas opções terapêuticas e a escassez de estudos controlados comparando com os métodos disponíveis tomaram o tratamento da coledocolitíase um dos assuntos mais controversos da atualidade.
RELATO DE CASO
Paciente do sexo feminino, 44 anos de idade, com queixa de dor abdominal com evolução de três anos, agravada há 1 mês quando começou a apresentar icterícia, acolia e colúria.
Ao exame apresentava-se em ictérica 3+/4+ e com sinais vitais estáveis. Abdome globoso, flácido e doloroso a palpação de hipocôndrio e flanco direitos, sem sinais de irritação peritoneal, com ruídos hidroaéreos presentes e sinal de Murphy positivo.
Na ocasião da consulta a paciente já apresentava os exames pré-operatórios dentre eles, laboratoriais, eletrocardiograma ultrassom de abdome total e colangiorressonância magnética.
A ultrassonografia de abdome evidenciava, além da colelitíase, dilatação das vias biliares intrahepáticas. A colangioRM confirmava a colelitíase e demonstrava coledocolitíase distal, com moderada dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas a montante.
A mesma foi submetida a colecistectomia por via laparoscópica e anastomose biliodigestiva. No intra-operatório confirmou-se a presença de vários cálculos no colédoco, sendo realizado o clareamento da via biliar.
A paciente evoluiu no pós operatório sem queixas e recebeu alta no 7° DPO, já com dieta livre via oral e manteve-se assintomática até a primeira consulta pós-operatória, realizada 14 dias após a cirurgia.
Na consulta de avaliação 1 mês após a cirurgia a paciente encontrava-se assintomática e anictérica.
DISCUSSÃO
A coledocolitíase é uma complicação não incomum em pacientes com colelitíase, com necessidade de diagnóstico preciso e intervenção apropriada, em tempo hábil, de modo a evitar desfechos de maior gravidade. A derivação biliodigestiva é consagrada, por diversas referências na literatura, como uma das principais formas de tratamento cirúrgico para coledocolitíase, dentre outras indicações, quando bem indicada. Cálculos volumosos, localização atípica, variações anatômicas, dentre outras condições, representam algumas das indicações para tal procedimento, tendo em vista a taxa de insucesso quando utilizados outros métodos, os quais, destacam-se a CPRE e a laparoscopia.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
UNIVERSIDADE TIRADENTES - Sergipe - Brasil
Autores
Alline Oliveira da Silva, Bruno Barros Britto, Thatiany da Silva Lima, Sonia Oliveira Lima, Ana Galrão de Almeida Figueiredo, Marcelo Protásio dos Santos, Paula Araújo Tenório, Leilane Barreto Ribeiro