Dados do Trabalho


TÍTULO

METASTASE GASTRICA DE MELANOMA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A incidência de melanoma maligno tem aumentado nos últimos anos. Esse tumor tem a capacidade de metastatizar para o trato gastrointestinal, causando sintomas inespecíficos. Mesmo com a elevada taxa de mortalidade, pacientes com metástases de melanoma para estômago podem ter aumento da sobrevida e melhora da qualidade de vida, quando submetidas ao tratamento cirúrgico.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, de 53 anos, referia exérese prévia de unha e pele do leito ungueal de primeiro quirodáctilo direito por lesão de coloração enegrecida no local. As estruturas ressecadas não foram enviadas para análise anatomopatológica. Em junho de 2009, apresentou lesões em axila direita, que foram ressecados e classificadas como melanoma metastático segundo análise anatomopatológica. Paciente recebeu 20 sessões de radioterapia e foi encaminhada ao serviço de oncologia para seguimento. Em 2014, passou a apresentar dores abdominais e náuseas recorrentes. Foi realizada endoscopia digestiva alta (EDA) que evidenciado lesão ulcerada, de bordos elevados e irregulare, medindo aproximadamente 5 cm de diâmetro, na grande curvatura, na região do corpo proximal, realizada biópsia. As análises imuno-histoquímica e histopatológica foram compatíveis com tumor de estroma gastrointestinal (GIST). A paciente foi então encaminhada ao nosso serviço para tratamento cirúrgico em março de 2015. No transoperatório, notou-se que a massa tumoral comprometia cauda do pâncreas e artérias gástricas perfurantes, sendo necessária a realização de gastrectomia parcial, pancreatectomia caudal e esplenectomia. O material foi enviado para análise anatomopatológica e imunohistoquímica que retificaram o diagnóstico como de melanoma metastático de estômago. A paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório.

DISCUSSÃO

O melanoma maligno corresponde a 4-5% das neoplasias cutâneas. Seu prognóstico depende da profundidade da lesão e do comprometimento linfonodal no momento do diagnóstico. Os locais mais frequentemente acometidos são: linfonodos, pulmões, fígado, cérebro, ossos e as adrenais.¹,5 No trato gastrointestinal, o intestino delgado é considerado o primeiro sítio desse tipo de metástase sendo que o estômago e o cólon se revezam em segundo lugar dependendo da literatura consultada.4,6,7 No estômago, propriamente dito, a maioria das metástases acontecem em corpo e fundo, sendo a região da grande curvatura a mais acometida.2 Nossa paciente apresentou a lesão justamente no corpo gástrico, na grande curvatura. O tratamento cirúrgico geralmente é paliativo e permite melhora dos sintomas em até 90% dos casos e maior sobrevida ao paciente.8 Nossa paciente apresentou melhora significativa dos sintomas gastrointestinais após a ressecção cirúrgica. Nesse sentido, acredita-se que a Cirurgia tem papel importante no tratamento desse tipo de patologia, prolongando a sobrevida dos pacientes e promovendo alívio dos seus sintomas.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

PUCRS - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Michel Hoefel, Luciana Curcio Pizzutti, Angélica de Oliveira Cardoso, Marcelo Lopes Dias Kolling, Ingrid Manoela Amaral Cardoso de Aguiar, Rosane Zanatta, Maria Eduarda Trevisan Rezer, Marcelo Garcia Toneto