Dados do Trabalho


TÍTULO

ANALISE TEMPORAL DAS COLECISTECTOMIAS REALIZADAS PELO SISTEMA UNICO DE SAUDE

OBJETIVO

Analisar o perfil das colecistectomias realizadas no Sistema Único de Saúde
(SUS), com ênfase na comparação entre as técnicas laparoscópica e laparotômica.

MÉTODO

Tratou-se de um estudo descritivo de séries temporais, utilizando-se
informações do DATASUS (www.datasus.gov.br) compreendidas entre 2008 a 2018.
Como o banco de dados é de domínio público, não foi necessário obter a aprovação de
nosso comitê de ética em pesquisa. As variáveis obtidas foram “número total de
internações”, “valor total das internações”, “média de permanência hospitalar”, “taxa de
mortalidade” e “caráter da operação” (eletiva x de urgência) relacionadas aos
procedimentos de colecistectomia (código 040703002-6) e colecistectomia
videolaparoscópica (código 040703003-4) realizados no território nacional. Os dados
obtidos foram tabulados em planilhas eletrônicas do software Microsoft Office Excel®,
sendo expressos pela média e porcentagem. Posteriormente, com auxílio do programa
Bioestat 5.3®, as informações referentes aos procedimentos de colecistectomia e
colecistectomia videolaparoscópica foram comparadas entre si por meio do teste t de
Student ou Mann-Whitney quando necessário, sendo que resultados com p < 0.05 foram
considerados estatisticamente significantes.

RESULTADOS

O número de internações por colecistectomia laparotômica foi
significativamente maior que a videolaparoscópica (p < 0.0001), apesar de que esta
obteve aumento de 338.9% ao longo do período estudado. A quantidade de
procedimentos por via aberta foi variável nos últimos 11 anos, apresentando redução de
7% até 2017 e tendência à aumento no ano subsequente. A colecistectomia
videolaparoscópica possuiu menores custos totais de internação (p < 0.0001), menor
média de permanência hospitalar (p < 0.0029) e menor taxa de mortalidade (p < 0.0001)
em relação à colecistectomia laparotômica. Observou-se também que 63.38% das
colecistectomias por via aberta foram eletivas, 30.60% foram de urgência e 6.02% não
foram especificadas. Em relação à videolaparoscópica, 74.36% foram consideradas
eletivas, 25.62% de urgência e apenas 0.02% não-especificadas.

CONCLUSÕES

Concluiu-se que a via videolaparoscópica vem ganhando cada vez mais
destaque para realização de colecistectomias no SUS, principalmente em caráter eletivo,
visto que apresenta maiores benefícios clínico-cirúrgicos em relação à via laparotômica.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Universidade do Estado do Pará / Universidade Federal do Pará - Pará - Brasil

Autores

Victória Gabriele Broni Guimarães, Caio César Chaves Costa, Nathalia Gabay Pereira