Dados do Trabalho
TÍTULO
REVASCULARIZAÇAO MIOCARDICA NO SISTEMA UNICO DE SAUDE: TENDENCIA NACIONAL ENTRE 2014 A 2018
OBJETIVO
Descrever o perfil da cirurgia de revascularização miocárdica (RM) efetuada
no Brasil, dando ênfase às regiões nacionais.
MÉTODO
Tratou-se de um estudo descritivo, de série temporal entre 2014 a 2018,
baseado na obtenção de dados disponibilizados publicamente pelo Departamento de
Informática do SUS (DATASUS), não sendo necessária a aprovação de nosso comitê de
ética em pesquisa. As variáveis obtidas foram “número total de internações”, “número
de óbitos” e “média de permanência hospitalar (em dias)” relacionadas aos
procedimentos com código 04060109-27 (RM com uso de circulação extracorpórea),
04060109-35 (RM com uso de circulação extracorpórea com 2 ou mais enxertos),
04060109-43 (RM sem uso de circulação extracorpórea) e 04060109-51 (RM sem uso
de circulação extracorpórea com 2 ou mais enxertos). Casos com procedimentos
cirúrgicos associados (ex., plásticas valvares) não foram incluídos, avaliando-se apenas
a efetuação da RM de forma isolada. Os dados obtidos foram estratificados de acordo
com as 5 regiões brasileiras e tabulados em planilhas eletrônicas do software Microsoft
Office Excel®, sendo expressos pela média, desvio-padrão (±) e valor absoluto. As
taxas anuais das revascularizações foram calculadas por grupo de 100.000 habitantes,
sendo padronizadas de acordo com a população brasileira estimada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (www.ibge.gov.br). A permanência hospitalar foi
comparada entre as regiões por meio da aplicação do teste ANOVA (1 critério) e
resultados com p < 0.05 foram considerados estatisticamente significantes.
RESULTADOS
Durante os 5 anos englobados pelo estudo, foram registradas 109.911
internações por RM no SUS. No Brasil como um todo, a taxa de internação por 100.000
habitantes variou de 11.4, em 2014, para 9.88, em 2018, constituindo-se em uma
redução de 13.34%. Em 2018, a região sudeste apresentou a maior taxa de internação,
4.09/100.000, sendo seguida pela região sul com 3.11/100.000 e a região nordeste com
1.69/100.000. A menor taxa de internação foi evidenciada na região norte
(0.33/100.000), a qual apresentou tendência estável ao longo dos anos. A região sudeste
também possuiu as maiores taxas de óbitos em procedimento de RM no período
estudado, variando de 0.27 a 0.20 a cada 100.000 habitantes. Nacionalmente, as taxas de
óbitos tiveram tendência decrescente, com redução de 15.62% no período estudado. A
média de permanência hospitalar por RM variou de 10.66±0.32 a 15.8±0.83 dias, sendo
significativamente maior na região norte em comparação com todas as outras regiões (p
< 0.01) e sem diferença estatística entre as regiões centro-oeste, sul e sudeste.
CONCLUSÕES
Concluiu-se que a taxa de internação por RM, bem como o número de
óbitos relacionados a este procedimento, vem apresentando diminuição gradativa no
país, apesar de tais características serem heterogêneas entre as regiões nacionais.
Área
CIRURGIA VASCULAR
Instituições
Universidade do Estado do Pará / Universidade Federal do Pará - Pará - Brasil
Autores
Victória Gabriele Broni Guimarães, Caio César Chaves Costa, Nathalia Gabay Pereira