TÍTULO

ACHADO OCASIONAL DE TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL EM APEDICECTOMIA VIDEOLAPAROSCOPICA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O Tumor Estromal Gastrointestinal (TEGI) é uma neoplasia que pode variar desde graus indolentes até tumores que progridem rapidamente. O TEGI pode acometer todo o trato gastrointestinal (TGI), as localizações mais comuns são nas regiões gástricas e de intestino delgado.Raramente (<5% dos casos) essa neoplasia surge na cavidade abdominal sem nenhuma comunicação com o TGI. A incidência anual é de cerca de 10 por milhão de habitantes, ocorrendo em qualquer idade, porém com mediana de idade por volta de 65 anos e raramente (<0,5%) acomete menores de 20. A apresentação clínica do paciente varia desde assintomáticos até casos com taquicardia, síncopes, dor abdominal, melena ou hematêmese quando há sangramentos intensos pelo tumor. O diagnóstico confirmatório é realizado através de imuno-histoquímica. A excisão cirúrgica é utilizada como tratamento definitivo em até 60% dos casos com tumores localizados, mas quimioterapia adjuvante ou neoadjuvantes podem ser utilizadas dependendo do estadiamento da doença.

RELATO DE CASO

Paciente M.H. masculino, 73 anos, vem ao consultório de cirurgia geral com quadro de com dor abdominal há 24 horas, iniciada em região de epigastro e irradiando para a fossa ilíaca direita, acompanhada de náuseas, anorexia, leve distensão abdominal, negando diarreia ou queixas urinárias. Ao exame físico, apresentava abdome plano, flácido, doloroso em fossa ilíaca direita, sinais de Blumberg e Rovising presentes. Exames laboratoriais sem alterações, ultrassonografia de abdome evidenciando imagem tubular em fossa ilíaca direita e sem líquido livre na cavidade. Na laparoscopia foi identificado apêndice cecal em fase inflamatória, sendo realizada apendicectomia, na revisão da cavidade se evidenciou lesão vegetante e pediculada na parede anterior do corpo gástrico, sendo optado pela resseção do mesmo utilizando grampeador laparoscópico linear com margem de segurança de 1,0 cm. Não foi realizada drenagem da cavidade. Paciente permaneceu com sonda nasogástrica no 1º dia pós-operatório, sendo iniciada dieta no 2º, paciente com boa evolução, recebendo alta hospitalar. O resultado da anátomo patologia teve como conclusão uma neoplasia fusocelular de baixo grau e o painel Imuno-histoquímico, associado aos aspectos histológicos, de TEGI, além de atividade mitótica não significante.

DISCUSSÃO

A revisão da cavidade abdominal é de fundamental importância independentemente do tipo de procedimento cirúrgico a ser realizado, achados de massas anexiais durante a laparoscopia exigem esclarecimentos diagnósticos anatomopatológicos para excluir neoplasias malignas. A excisão cirúrgica de tumores pequeno é seguro e permite a resolução do caso em apenas um momento. O TEGI pode se apresentar de forma assintomática e recomenda-se ser pesquisada em pacientes com idade mais avançada que irá passar por algum procedimento cirúrgico seja ela aberta ou videolaparoscopias.