Dados do Trabalho
TÍTULO
A IMPORTANCIA DAS SUBUNIDADES ANATOMICAS NA RECONSTRUÇAO NASAL
INTRODUÇÃO
A incidência de câncer de pele do tipo não melanoma é a mais frequente e corresponde a mais de trinta por cento de todos os tumores malignos no Brasil. O carcinoma basocelular surge nas células da camada basal da pele, entre outros fatores, pela exposição intensa ao sol sem proteção solar, sendo mais frequentes em áreas mais diretamente expostas como face, nariz em especial, couro cabeludo, pescoço, membros superiores e mãos. Seu tratamento é a retirada da lesão com diagnostico de margem livres profundas e laterais com reconstrução do local. Frequentemente a área de lesão retirada não consegue ser reparada satisfatoriamente com suturas primárias, sendo assim necessário o conhecimento a respeito de outras opções, como enxertos e, principalmente, retalhos, além de profundo domínio sobre a anatomia do local e princípios de cirurgia reparadora.
RELATO DE CASO
Paciente masculino, 56 anos, pele clara, com importante perda de estruturas em ponta nasal por múltiplas ressecções prévias em decorrência de lesões de pele, apresenta-se com lesão compatível com carcinoma basocelular para ressecção cirúrgica. Na avaliação pré operatória, opta-se por reconstrução nasal a partir do uso de retalho frontal paramediano para revestimento de pele, reconstrução do forro nasal com retalho mucoso e sustentação com utilização de enxerto de cartilagem. Realizada a ressecção da lesão respeitando-se os princípios oncológicos, mantendo margem de segurança adequada. Reconstrução iniciada a partir da avaliação da morfologia externa nasal, identificando a parede lateral, dorso, ponta, “soft triangle”, columela e asa; manuseio de mucosas para reparo do forro; enxertia de cartilagens para garantir a sustentação, demarcação e elevação do retalho, garantindo a integridade do pedículo; ressecção seletiva dos bulbos capilares; desengorduramento parcial do retalho e, por fim, transposição. Em um segundo tempo cirúrgico procedeu-se com a autonomização do retalho.
DISCUSSÃO
A reconstrução nasal demanda profundo conhecimento anatômico e técnico por parte do cirurgião. A função do nariz e complexidade de suas estruturas exigem mais do que uma simples cobertura da lesão, os princípios da reconstrução nasal devem ser respeitados, atentando para o reparo do forro, da sustentação e da cobertura. Antes de prosseguir com a reconstrução, deve-se identificar as unidades anatômicas: parede lateral, dorso, ponta, cartilagens, músculos e mucosas; ressaltando que quando o defeito ocupa uma parte significativa de uma subunidade, a mesma deve ser descartada, algo muitas vezes negligenciado pelo cirurgião, com o intuito de poupar tecido e facilitar a reparação
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
ULBRA - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Lucas Pastori Steffen, Julia Tonietto Porto, Pedro Henrique Cardoso Dall'Agnol, Laetitia Trindade, FELIX KALICKI CASTILHO, MATHEUS PRESA BARBIERI, JULIANA MENEZES ZACHER