Dados do Trabalho
TÍTULO
TRAUMA PANCREATICO
INTRODUÇÃO
O trauma pancreático é raro, representando entre 0,21%-0,36% dos casos de trauma, e até 12% dentre os abdominais. O mecanismo mais prevalente é o contuso, derivado de quedas, acidentes automobilísticos, ou lesões decorrentes de atividades de lazer. Fatores como estabilidade do paciente, necessidade de procedimentos para controle de danos e injúrias concomitantes devem ser avaliados para se definir uma conduta de tratamento. A escolha de exames de imagem sensíveis e específicos influencia diretamente na detecção e prognóstico desta entidade.
RELATO DE CASO
Paciente K.G.N, 8 anos, sexo masculino, admitido no serviço de urgência do Hospital Geral de Palmas (HGP) no dia 15/07/18, relatou queda de cavalo a aproximadamente 10 horas, com dor abdominal difusa, de intensidade 07 dentro de uma escala de 0 a 10 e 3 episódios de vômitos antes de chegar ao serviço de saúde. Foi submetido à laparotomia exploratória, no dia 18/07/18, a qual detectou trauma hepático com lesão dos segmentos I (1 cm) IV e V (ambas 3 cm), sem intercorrências, recebendo alta no dia 26/07/18.
No 16º dia de pós-operatório (02/08/18), foi encaminhado ao serviço de urgência do HGP, apresentando dor abdominal difusa e distensão, vômitos amarelados, sem constipação, ao exame físico se apresentava pálido, desidratado, afebril, ictérico, com abdômen globoso, ruídos hidroaéreos diminuídos, hipertimpânico, doloroso à palpação difusamente, mais intenso em fossa ilíaca esquerda, e com descompressão brusca dolorosa à esquerda.
No exame de tomografia computadorizada de abdômen superior, realizado dia 02/08/18, foi identificada laceração completa de colo pancreático associada à coleção periférica extra parenquimatosa, septada, localizada ao longo de toda região anterior do corpo e cauda pancreáticos, medindo aproximadamente 15,0 x 8,3 x 21,0 cm.
Foi submetido a uma laparotomia exploratória, a qual expôs o pseudocisto pancreático, aderido ao estômago e provocando sua obstrução, levando à uma drenagem de pseudocisto associada à derivação pseudocistojejunal em Y de roux.
DISCUSSÃO
Neste caso foram utilizados os exames de ultrassonografia e tomografia computadorizada para identificação das lesões. Entretanto, ambos exames apresentam baixa especificidade para avaliação específica de trauma pancreático, sendo 40% e 60% respectivamente. A partir disso é possível inferir que a lesão não foi evidenciada nos exames iniciais, do dia 15/07/18, gerando progressão para o pseudocisto, o qual atingiu grandes proporções e obstruiu o fluxo intestinal. O relato evidencia que mesmo sendo uma lesão rara, o trauma pancreático é uma entidade presente nos centros de urgência e deve ser considerado.
Área
TRAUMA
Instituições
Universidade Federal do Tocantins - Tocantins - Brasil
Autores
Henrique Santana, Pedro Montes, Rosessol Wanderley, Aurilane Silva, Letícia Reis, Bruno Sousa, Raul Farfan