Dados do Trabalho


TÍTULO

ESOFAGOSTOMIA NO TRATAMENTO PALIATIVO DA FISTULA ESOFAGOTRAQUEAL

INTRODUÇÃO

A fístula traqueoesofágica (FTE) ou broncoesofágica é uma conexão patológica entre esôfago e traquéia ou brônquios. O tratamento cirúrgico é a primeira escolha na FTE.
O objetivo deste trabalho é apresentar a terapêutica da esofagostomia na FTE, enfatizando a importância de medidas paliativas cirúrgicas.

RELATO DE CASO

A.A., 66 anos, natural Presidente Olegário, tabagista. Admitido no Hospital Regional Antônio Dias em Patos de Minas no dia 13/09/2018, referindo disfagia progressiva há cerca de dois meses, evoluindo nos últimos dias com disfagia inclusive a líquidos, com perda ponderal de 15 kgs nos últimos dois meses. Negava outras alterações. Ao exame físico encontrava-se em regular estado geral, emagrecido, tosse persistente com escarro. Em Endoscopia Digestiva Alta realizada no dia 10/09/18 com visualização de lesão estenosante esofágica aos 25cm onde notava-se lesão vegetante, friável, ocupando cerca de 95% da luz do órgão, e na biópsia do tecido que constatou quadro histopatológico sugestivo de carcinoma epidermóide, moderadamente diferenciado invasor. No dia 15/09/2018 foi feito uma Tomografia de Tórax presenciando nódulos pulmonares e grande lesão esofágica na junção esofagogástrica, existindo a suspeita de fístula esofagobrônquica. Devido ao mal estado nutricional do paciente foi sujeito a uma Gastrostomia em 18/09/2018 para seu suporte hídrico e alimentar. Em 03/10/2018 realiza-se Esofagografia Baritada havendo extravasamento de contraste para árvore brônquica confirmando hipótese de fístula esofagotraqueal. No dia 10/10/18 o paciente foi submetido à esofagostomia cervical como terapia curativa da fístula. O pós-operatório evoluiu com melhora significante do quadro da tosse com saída de pouca secreção clara por esofagostomia, e escarro ao tossir, em alimentação pela gastrostomia.

DISCUSSÃO

O carcinoma esofágico avançado pode ser complicado por fístulas. A comunicação patológica entre o esôfago e estruturas adjacentes causadas pelo processo neoplásico é também chamada de fístula esofágica maligna.
Uma vez confirmado o diagnóstico de FTE, o tratamento deve ser instituído imediatamente, sendo que representa um desafio para qualquer gastroenterologista / cirurgião esofágico. O desenvolvimento dessas fístulas geralmente é pré-terminal e a condição do paciente se deteriora rapidamente. Há transbordamento do conteúdo esofágico para a árvore respiratória e a morte é geralmente causada por infecção respiratória, e não pela própria malignidade. Nestas circunstâncias, a paliação rápida é o único caminho a seguir. O objetivo do tratamento é excluir o conteúdo esofágico da árvore respiratória, restaurar a deglutição e alcançá-lo com menos sofrimento para o paciente.
A abordagem paliativa usada nesta situação foi o controle da fístula através de isolamento e desvio coma a cirurgia de esofagostomia cervical, técnica de fácil execução, com risco mínimo de lesão. Os pacientes terão um estoma pequeno no pescoço e são capazes de viver independentemente do tubo de alimentação.

Área

ESÔFAGO

Instituições

UNIPAM - Minas Gerais - Brasil

Autores

NATANE MIQUELANTE, ANA PAULA PEREIRA GUIMARÃES, CAMILA MAGALHÃES COELHO, EDSON JUNIOR ANTONACCI, FERNANDA RIBEIRO e FONSECA, LORENA SANTOS BORGES, THIAGO DEUS CUNHA, VIVIANES MENDES PEREIRA