Dados do Trabalho


TÍTULO

ESTENOSE DE INTESTINO DELGADO EM PACIENTE ORIUNDA DA VENEZUELA NO HOSPITAL DE ATENÇAO TERCIARIA DE RORAIMA.

INTRODUÇÃO

Estenose de intestino delgado é uma das causas menos frequente de abdome agudo obstrutivo. Quando ocorre o quadro costuma ter como origem tumores intestinais, processos inflamatórios autoimunes, ingestão de substâncias como cloreto de potássio, radioterapia, isquemia mesentérica, ou ainda em cicatrizes de cirurgias anteriores no trato gastrointestinal.

RELATO DE CASO

E.M, sexo feminino, 73 anos, natural da Venezuela e procedente de Boa Vista-RR. Deu entrada no Hospital Geral de Roraima, no dia 08/10/2018, apresentando dores abdominais, constipação e vômitos há 15 dias e vômitos. Paciente com histórico de histerectomia há 10 anos e colecistectomia há 3 anos. Ao exame físico: abdome plano, flácido com mesogastro doloroso à palpação, sem sinais de peritonite. Sem melhora clínica após o uso de Fleet Enema. Avaliação pelo cirurgião geral no dia 09/10/2018: Paciente em bom estado geral, vígil e orientada, afebril, ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações; abdome semigloboso com ruídos hidroaéreos presente, flácido, indolor à palpação superficial e profunda, sem massas palpáveis, sem sinais de irritação peritoneal. Radiografia de abdômen evidenciou distensão de intestino delgado. Conduta da cirurgia geral: hidratação venosa intensa, correção hidroeletrolítica e solicitação de tomografia computadorizada (TC) de abdome para melhor avaliação. Laudo da TC evidenciou distensão líquida de alças do delgado com provável área focal de estenose ao nível de íleo médio distal inespecífica. A paciente passou aos cuidados da Cirurgia Geral. Ressonância magnética realizada no dia 25.10.2018 demonstrou distensão líquida de alças do intestino delgado com presença de níveis hidroaéreos, associada à distensão gasosa do cólon até o nível da porção descendente. A paciente evoluiu com vômitos, intolerância alimentar e ausência de evacuações. Sendo abordada cirurgicamente, em caráter de urgência no dia 03/11/2018. Realizado no ato cirúrgico: 1) Aspiração de conteúdo intra-abdominal, com ordenhamento de alça para diminuição de distensão de alças, 2) Ressecado região de estenose (enterectomia em torno de 5cm), realizando anastomose término-lateral com fio seda 3.0 em 2 planos, após demonstrado viabilidade de alças. No pós operatório, paciente evoluiu com episódio de taquidispneia, com ocorrência de vômito fecalóide e acidose metabólica. Após a melhora da condição da paciente, foi encaminhada ao bloco para seguimento clínico até a alta hospitalar.

DISCUSSÃO

Devido ao histórico de cirurgias prévias e ao quadro clínico, hipótese diagnóstica era de obstrução por bridas. Entretanto, no ato cirúrgico foi evidenciada estenose em intestino delgado. Situação inesperada, diante de uma paciente não apresentava fatores de risco para tal.

Área

INTESTINO DELGADO

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA - Roraima - Brasil

Autores

Marcello Santos da Silva, Givaggo Henrique Rodrigues da Silva, Helder Teixeira Grossi, Paulo Victor Viegas Freire, Larissa Erikarla Negreiros Madureira, Ana Carolina Golçalves Pires, Poliana Lucena dos Santos, Adelie Nicoli Martins Gai Costa