Dados do Trabalho


TÍTULO

ESPLENECTOMIA EM PACIENTE PORTADOR DE PURPURA TROMBOCITOPENICA AUTOIMUNE E PANCITOPENIA – UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O baço é um órgão que atua no sistema reticulo-endotelial e funciona como produtor de anticorpos, além de remover células envelhecidas ou danificadas e células revestidas de anticorpos. Diversas patologias cursam com esplenomegalia; entretanto, poucas condições estão associadas com a esplenomegalia massiva. A esplenectomia é uma das opções terapêuticas a ser considerada para casos que cursam com esse quadro.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, 27 anos, com diagnóstico de púrpura trombocitopênica autoimune, encaminhado da Unidade de Clínica Médica para a Unidade de Cirurgia Geral para ser submetido a esplenectomia devido a uma condição de hiperesplenismo exacerbado com pancitopenia refratária ao tratamento com corticoides. O paciente apresentava dor e desconforto abdominal moderados e dispneia, sintomas explicados pelo volumoso baço que exercia compressão de órgãos vizinhos e se apresentava na forma de uma tumoração de consistência fibroelástica com protusão em epigástrio e nos quadrantes abdominais esquerdos. A esplenectomia foi realizada através de uma laparotomia mediana, o baço pesou 4.910 gramas e o paciente teve boa evolução no pós-operatório.

DISCUSSÃO

A esplenomegalia é um achado comum de diversas patologias; entretanto, o aumento massivo do órgão ocorre em poucas doenças. Segundo a definição proposta por Goldstone (1978) e adaptada por Bickertaff e Morris (1987), a esplenomegalia massiva corresponde ao baço com mais de 1,5kg. Outros autores complementam esse conceito, considerando também quando o baço alcança a crista ilíaca ou quando cruza a linha média. A esplenomegalia dessa magnitude é sintomática por razões físicas, como ocorre no caso, com compressão de órgãos adjacentes levando a dispneia e dor abdominal e cursa também com o hiperesplenismo, em que a neutropenia, anemia e trombocitopenia estão presentes. As etiologias mais comuns são as doenças infecciosas, condições infiltrativas e desordens hematológicas, incluindo a púrpura trombocitopênica idiopática, a qual é o provável diagnóstico da paciente do caso relatado. O tratamento inicial para esse quadro deve ser feito com uso de corticoesteroides, sendo a remissão completa e prolongada em torno de 40% dos casos. Em pacientes refratários ao uso de corticoides, a esplenectomia é a opção terapêutica de escolha. Apesar de ser uma das possíveis condutas diante de uma doença, deve-se ponderar se as vantagens se sobressaem às desvantagens, uma vez que se retira parte importante da proteção imune, além de possíveis complicações decorrentes da cirurgia, como tromboembolismo, maiores chances de infecção pós-esplenectomia, sendo necessária vacinação contra microrganismos encapsulados e medidas profiláticas para infecção para o restante da vida. No caso em questão, a esplenectomia para a esplenomegalia massiva é segura e proporciona uma paliação efetiva.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Hospital Regional da Asa Norte/ Centro Universitário de Brasília (Uniceub) - Distrito Federal - Brasil

Autores

Gabriela Mendonça Vilar Trindade, Alberto Vilar Trindade, Ana Carolina Gomes Siqueira, Matheus Moreno de Oliveira, Ana Luiza Alves Nicoletti, Amanda Cristina de Souza, Eduardo José Ferreira Sales, Jessica Danicki Prado Fernandes