Dados do Trabalho
TÍTULO
USO E ADEQUAÇÃO DO ANTIBIÓTICO PROFILÁTICO NAS CIRURGIAS DE PALATOPLASTIA EM UM HOSPITAL PUBLICO DO DISTRITO FEDERAL
OBJETIVO
O uso inadequado da antibioticoprofilaxia pode resultar em infecções do sítio cirúrgico, maior permanência e gasto hospitalar e desenvolvimento de resistência bacteriana; portanto este trabalho visa avaliar o uso e adequação do antibiótico profilático nas cirurgias de palatoplastia.
MÉTODO
Estudo transversal, retrospectivo de pacientes da Unidade de Cirurgia Plástica do Hospital Regional da Asa Norte da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Foram investigados pacientes submetidos a palatoplastia entre janeiro e setembro de 2018. A coleta de dados foi através de fichas do relato operatório, fichas da “cirurgia segura” e prontuários eletrônicos. As variáveis investigadas foram: sexo, idade, tipo de saída hospitalar, caráter da cirurgia (eletiva/urgência), classificação do ASA, classificação da cirurgia conforme potencial de contaminação, uso de antibiótico profilático no pré, intra e pós-operatório. A adequação do antibiótico profilático foi avaliada conforme a Diretriz Nacional para o uso de antimicrobianos em Serviços de Saúde, princípios gerais da antibioticoprofilaxia em cirurgia – ANVISA.
RESULTADOS
A amostra foi composta por 25 pacientes submetidos a cirurgia de palatoplastia. Estas cirurgias representaram 10,24% das cirurgias plásticas realizadas no hospital. O sexo masculino representou 60% da amostra e o sexo feminino 40%, sendo que a média de idade foi de 8,9±10,64 anos. Todas as palatoplastias investigadas tiveram caráter eletivo e todos os pacientes tiveram saída por alta médica. Em relação ao potencial de contaminação das intervenções cirúrgicas, 88% foram contaminadas e 12% potencialmente contaminadas. A classificação de risco do ASA encontrou 52% de ASA 1, 16% de ASA 2 e em 32 % não constava a classificação ASA nos prontuários. O antibiótico profilático pré-operatório foi realizado em 64% dos pacientes, sendo 68,75% considerado de uso adequado. A antibioticoprofilaxia intra-operatória foi realizada em 64% das cirurgias e considerada adequada em todos os casos e em 28% das cirurgias a profilaxia foi realizada no pós-operatório sendo adequada em 62,5% destas oportunidades. A prolongação do antibiótico profilático após as 24 horas da cirurgia foi constatada em 8% dos pacientes, não sendo encontrado, nos prontuários investigados, justificativa para essa conduta. Não foi encontrada prescrição antibiótica após a alta médica hospitalar, nos pacientes da amostra.
CONCLUSÕES
A antibioticoprofilaxia no pré e pós-operatório das cirurgias de palatoplastia foram consideradas inadequadas em mais de um terço das prescrições. As fissuras labiopalatais representam a anomalia congênita mais frequente na face, e sua correção cirúrgica exitosa promove o desenvolvimento normal da fala e da audição após o ajuste da deformidade anatômica. O uso inadequado do antibiótico profilático nestas cirurgias pode comprometer o sucesso destas intervenções ao interferir na redução da probabilidade de infecção de sítio cirúrgico.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
Universidade de Brasília (Unb) / Centro Universitário de Brasília (Uniceub) - Distrito Federal - Brasil
Autores
Ana Carolina Gomes Siqueira , Fabiana Cartaxo Xavier Salgado , Jessica Danicki Prado Fernandes, Leticia Reis Kalume, Amanda Cristina de Souza, Matheus Moreno de Oliveira, Priscilla Cartaxo Pierri Bouchardet, Ricardo Gamarski