Dados do Trabalho
TÍTULO
USO E ADEQUAÇAO DO ANTIBIOTICO PROFILATICO EM CIRURGIAS PLASTICAS MAMARIAS EM UM HOSPITAL PUBLICO DO DISTRITO FEDERAL
OBJETIVO
Avaliar o uso e adequação do antibiótico profilático nas cirurgias de plástica mamária, pois apesar dos grandes benefícios proporcionados pela antibioticoprofilaxia cirúrgica, sua utilização inadequada promove diversos prejuízos, justificando esse estudo.
MÉTODO
Estudo transversal, retrospectivo na Unidade de Cirurgia Plástica do Hospital Regional da Asa Norte da Secretaria de Estado de Saúde do DF. Foram investigados pacientes submetidos a cirurgias de plástica mamária entre janeiro e setembro de 2018. A Coleta foi realizada em fichas do relato operatório, fichas da “cirurgia segura” e prontuários eletrônicos. Foram investigados: sexo, idade, tipo de saída hospitalar, caráter da cirurgia (eletiva/urgência), classificação do ASA, potencial de contaminação, antibiótico profilático no pré, intra e pós-operatório. A adequação do antibiótico profilático foi avaliada conforme a Diretriz Nacional para o uso de antimicrobianos em Serviços de Saúde, princípios gerais da antibioticoprofilaxia em cirurgia – ANVISA.
RESULTADOS
A amostra foi composta por 61 pacientes submetidos a cirurgia de plástica mamária. Estas cirurgias representaram 25% das cirurgias plásticas realizadas no hospital. O sexo feminino representou 95,09% e o sexo masculino 4,91% da amostra, sendo que a média de idade foi de 41,72±11,9 anos. Todas as cirurgias investigadas tiveram caráter eletivo, 91,1% dos pacientes tiveram alta hospitalar e 8,9% ainda permaneciam internados. Em relação ao potencial de contaminação 96,62% foram limpas, 1,69% potencialmente contaminadas, 1,69% contaminadas. A classificação de risco do ASA encontrou 40,99% de ASA 2, 31,15% de ASA 1, 1,63% de ASA 3 e em 26,23% não constava a classificação nos prontuários. O antibiótico profilático pré-operatório foi realizado em 50,81% dos pacientes, sendo 51,61% considerado de uso adequado. A profilaxia antibiótica intra operatória foi realizada em 21,31% das cirurgias e considerada adequada em 15,38% dos casos. Em 77,5% das cirurgias a profilaxia foi realizada no pós-operatório, sendo adequada em 46,8% destas oportunidades. A prolongação do antibiótico profilático após 24 hs da cirurgia foi constatada em 39% dos pacientes, não sendo encontrado, em 91,67% dos casos, justificativa para essa conduta. Foi constatado também a prolongação do antibiótico para uso em domicílio em 6,55% dos pacientes, sem justificativa registrada em prontuário para tal conduta.
CONCLUSÕES
O antibiótico profilático no pré-operatório não foi realizado em grande parte das cirurgias plásticas mamárias (47,59%) e, quando realizado, foi inadequado no intra operatório (84,62%), seguido do pós-operatório (53,2%) e pré-operatório (48,39%). Foi constatado também o uso prolongado do antibiótico sem justificativa. Entre os prejuízos advindos do uso inadequado da profilaxia cirúrgica estão o maior gasto hospitalar, risco aumentado de infecções e desenvolvimento de resistência bacteriana, demonstrando a importância da antibioticoprofilaxia adequada.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
Universidade de Brasília (Unb)/ Centro Universitário de Brasília (Uniceub) - Distrito Federal - Brasil
Autores
Ana Carolina Gomes Siqueira, Jessica Danicki Prado Fernandes, Fabiana Cartaxo Xavier Salgado , Leticia Reis Kalume, Amanda Cristina de Souza , Eduardo José Ferreira Sales, Priscilla Cartaxo Pierri Bouchardet, Ubirajara José Picanço de Miranda Junior