TÍTULO

CONDUÇAO DE HEMATOMA RETROPERITONEAL POR LESAO DE VEIA MESENTERICA SUPERIOR NO HOSPITAL TRIPLICE FRONTEIRA DE RORAIMA.

INTRODUÇÃO

O retroperitônio está situado entre o peritônio posterior e os músculos da parede posterior do abdome e constitui um espaço virtual que se estende das inserções diafragmáticas até a borda inferior da pelve, no nível da base do sacro e da crista ilíaca. Os hematomas retroperitoneais tem diversas origens, deste modo, têm denominações e topografias diversas. Podem ser classificados como espontâneos, quando ocorre ruptura de um aneurisma e distúrbios da coagulação sanguínea, iatrogênicos, por punçoes e manipulações cirúrgicas ou, traumáticos, fechados e penetrantes. No pré-operatório, uma das maiores dificuldades é o diagnóstico; isto se deve ao fato de que as afecções do espaço retroperitoneal não tem fisiopatologias bem definidas e não oferecem elementos substanciais para a hipótese diagnóstica ou elaboração de métodos propedêuticos. O presente relato traz o caso de um paciente que apresentou hematoma retroperitoneal por lesão de veia mesentérica superior.

RELATO DE CASO

Paciente D.R.M., sexo masculino, 45 anos, pardo, natural e proveniente de Boa Vista – RR. Deu entrada, no dia 27/11/2018, no grande trauma do Hospital Geral de Roraima após ferimento por arma branca em flanco e fossa ilíaca direita. Paciente apresentava e evisceração de epíplon e afirmou ingesta de grande quantidade de bebida alcoólica. Ao exame físico: paciente hemodinamicamente estável, afebril, eupneico, corado, abdome: ruído hidroaéreo presente, flácido, com evisceração de epíplon. Após medidas iniciais de suporte, incluindo monitorização contínua e solicitação de hemoderivados, o paciente foi encaminhado ao centro cirúrgico. Laparotomia exploratória do dia 27/11 evidenciou aproximadamente 2 litros de sangue e coágulos na cavidade abdominal, 4 lesões em intestino delgado (ITD) medindo aproximadamente 3 cm cada a 100 cm do ângulo de Treitz, 2 leões em ITD medindo 2 cm a 80 cm do ângulo de Treitz, hematoma retroperitoneal em zona I, com identificação de lesão em região lateral direita da veia mesentérica superior (VMS) de aproximadamente 4 cm. Paciente evoluiu em seu pós operatório sem intercorrências.

DISCUSSÃO

A maioria das lesões em vasos mesentéricos é resultante de um ferimento penetrante e a taxa de sobrevivência nestes doentes oscila de 10 a 32% e a causa mais comum de morte é a hemorragia com exsanguinação. Lesões de veia mesentérica superior costumam apresentar dificuldade para serem abordadas, em especial pelo hematoma adjacente que se forma e devido ao fato que a tentativa de pinçamento do vaso sem visão direta pode aumentar a lesão vascular e ampliá-la aos vasos circundantes.