Dados do Trabalho
TÍTULO
ILEO BILIAR – UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O íleo biliar é uma causa incomum de obstrução intestinal e determina de 1 a 4% de todas as obstruções intestinais. Trata-se de uma emergência cirúrgica que acomete quase que exclusivamente pacientes idosos, tendo um pico de incidência entre 65 e 75 anos, com predominância do o sexo feminino. Estre trabalho, relata um caso de uma paciente portadora de cálculo da vesícula, sintomática, que apresentou quadro de obstrução intestinal por íleo biliar bem como a discussão do caso.
RELATO DE CASO
Paciente feminina, 75 anos, sabidamente portadora de colelitíase há 5 anos, procurou atendimento no serviço de emergência por apresentar história de dor abdominal difusa há 5 dias com irradiação a hipocôndrio direito, associada a náuseas, vômitos e distensão abdominal. Ao exame físico mostrava-se discretamente hipocorada, taquipnéica, levemente taquicárdica e normotensa. Abdome difusamente doloroso à palpação, com redução dos ruídos hidroaéreos e descompressão brusca dolorosa presente, com timpanismo à percussão, sem sinais de irritação peritoneal. Neste período admissional, a paciente evolui com sinais de abdome agudo obstrutivo. Com hipótese diagnóstica de abdome agudo obstrutivo, foi realizada tomografia de abdome total com contraste que mostrou aerobilia, distensão da câmara gástrica e de alças de intestino delgado, com redução abrupta do calibre na região do mesogástrio além da presença de contraste nas vias biliares e na vesícula, caracterizando a existência de uma fístula biliar com o duodeno e imagem de falha de enchimento arredondada em região da transição jejuno-ileal compatível com íleo biliar. A paciente foi submetida a laparotomia exploradora com acesso mediano, que evidenciou obstrução de intestino delgado devido a cálculo biliar de cerca de 3 cm de diâmetro à aproximadamente 90 cm da válvula ileocecal causando dilatação à montante de delgado até o ângulo de Treitz, além de um bloqueio ao redor da vesícula biliar. Optou-se pela realização de enterotomia com retirada de dois cálculos, com cerclagem pilórica e gastroenteroanastomose a 40 cm do ângulo de Treitz com corpo gástrico. A enterorrafia foi realizada em rafia primária de orifício fistuloso de duodeno além colecistectomia à Torek. No transoperatório, foi passada sonda nasoentérica com função alimentar pela alça distal da gastroenteroanastomose para alimentação precoce. A paciente apresentou evolução satisfatória no decorrer da internação tendo previsão alta hospitalar no 35º dia de pós-operatório.
DISCUSSÃO
O Íleo biliar é uma complicação rara da colecistite, que pode cursar com um quadro de obstrução intestinal mecânica que, se não tratada a tempo, pode cursar com altos índices de morbidade e mortalidade. O conhecimento prévio é de suma importância pois, o tipo de tratamento cirúrgico e sua abordagem com colecistectomia e correção das fístulas ou não dependerão de vários fatores, entre eles da experiência do cirurgião, do tipo de suporte oferecido no local de atendimento e, principalmente, do estado geral do paciente.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
UNICEPLAC - Distrito Federal - Brasil
Autores
ISADORA Leonel Paiva, Eric Lima Mendonça Nascimento, Francielly Marques Leite, Marcelo Alencar Fonsêca, Jessica Souza Ferro, Daniella Daniella Mena, Albiton Albiton Borges, Rodrigo Oliveira Fernandes