Dados do Trabalho


TÍTULO

POLIPECTOMIA ENDOSCOPICA: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O pólipo pode se apresentar como uma lesão plana ou discretamente elevada, séssil, subpediculada ou pediculada. As lesões polipóides podem ser precursoras de neoplasias, sabendo disso, os pólipos adenomatosos são destacados por apresentarem potencial de malignização em torno de 10%. Os pólipos adenomatosos em geral originam-se através da displasia proliferativa epitelial, atribuindo a esse tipo histológico um alto potencial de evolução para carcinomas, variando de acordo com o grau de displasia do epitélio culminando com a neoplasia. Após a execução da biópsia, através da colonoscopia, e de acordo com o tipo histológico, pode-se fazer necessário a resseção endoscópica através do procedimento de polipectomia quando o pólipo se classifica como pediculado. No caso dos pólipos sésseis a polipectomia também é cabível, todavia nos casos de displasia a ressecção completa da lesão pode exigir a técnica da mucosectomia que consiste no descolamento da camada mucosa dos demais segmentos que compõem a estrutura da parede do órgão, removendo o segmento mucoso na sua totalidade.

RELATO DE CASO

Paciente LPS, 81 anos, sexo masculino, aposentado, natural de Serraria e procedente de João Pessoa-PB. Apresentava como queixa principal dor abdominal e constipação intestinal há 4 meses. No exame físico: BEG, anictérico, acianótico, normocorado, eupneico, afebril, turgor e elasticidade da pele prejudicados. Auscultas respiratória e cardíaca sem anormalidades. Abdômen flácido e indolor a palpação, sem visceromegalias, ruídos hidroaéreos presentes e normoativos. Durante a investigação realizou colonoscopia (9/10/18) a qual mostrou lesão polipoide a 30 cm da margem anal, de coloração pardo acastanhada, elástica, medindo cerca de 4,5 cm de pedículo largo e ápice rugoso friável. Durante tal exame foi realizada a ressecção da lesão com alça diatérmica e por fim fechamento do pedículo com cinco hemoclipes, e em seguida encaminhamento da peça para o anatomopatológico, o qual revelou pólipo de sigmóide, adenocarcinoma originando-se em adenoma tubulo-viloso, medindo 0,6 cm, com margem cirúrgica livre de comprometimento neoplásico e presença de necrose coagulativa intratumoral.

DISCUSSÃO

Os pólipos identificados na videocolonoscopia devem ser removidos, independente de seu tamanho ou aspecto macroscópico. Portanto, a polipectomia endoscópica de lesões maiores que 2 cm se demonstra bastante segura e eficaz. O tamanho do pólipo é o principal fator de perigo para neoplasia. Os maiores riscos da polipectomia são perfuração (1-2% dos casos) e hemorragia (5% dos casos), sendo a segunda muitas vezes resolutiva através da própria colonoscopia. Diante disso, é necessário que se tenha uma equipe para oferecer suporte em caso de complicações, principalmente devido alguns doentes necessitarem de cirurgia após perfuração. O paciente deve ser acompanhado, pois pode haver o surgimento de novas lesões, e essas devem ser diagnosticadas e extirpadas o mais breve possível.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

FCM- PB - Paraíba - Brasil

Autores

MARINA RIBEIRO COUTINHO TEIXEIRA DE CARVALHO, CAIO AUGUSTO RÉGIS PAULO NETO DE ALMEIDA, AMANDA MARIA GONÇALVES DE LUCENA, ARTHUR RIBEIRO COUTINHO DA FRANCA PEREIRA, LUANA MARIA NÓBREGA PESSOA, LIVIA MARIA PORDEUS COURA URTIGA, EDUARDO HENRIQUE DA FRANCA PEREIRA, FERNANDO JORGE NÓBREGA FIRMINO