TÍTULO

LINFANGIOMA ESCROTAL MACIÇO - RELATO DE CASO DA AMAZÔNIA OCIDENTAL

INTRODUÇÃO

Linfangioma é um tumor hamartomatoso benigno dos vasos linfáticos raro, somando cerca de 4% de todos os tumores benignos vasculares. É mais frequente em crianças nos primeiros anos de vida, possuindo uma incidência incerta quando se trata do sexo. Uma neoplasia assintomática, indolor e normalmente recorrente nas pessoas acometidas. Os linfangiomas capilares são uma rede de espaços revestidos por células endoteliais e não apresentam células sanguíneas. Os linfangiomas cavernosos (císticos) são compostos por espaços linfáticos dilatados e revestidos também por células endoteliais, sendo separados por estroma de tecido conjuntivo com agregados linfóides. Esta obra tem por objetivo relatar caso de linfangioma escrotal comparando a conduta tomada para tratamento com a literatura disponível.

RELATO DE CASO

R.B.S, 30 anos, masculino, apresentou-se ao serviço com grande volume em bolsa escrotal, indolor, relatando cirurgias anteriores para retirada parcial da bolsa escrotal. Há 7 meses realizou tomografia computadorizada que apresentou bolsa escrotal preenchida por líquido, linfonodomegalia em região inguinal direita de até 1,5 cm e várias outras medindo até 2,0 cm por toda a cavidade pélvica. Paciente relatou inchaço da bolsa escrotal e enrijecimento da pele do órgão no momento de expulsão de pedras provenientes de ureterolitíase a laser. Foi encaminhado ao centro cirúrgico, onde realizou ressecção parcial de testículo. Conteúdo levado à biópsia apresentou tumoração medindo 23 x 16,5 x 10 cm, parcialmente recoberta por pele acastanhada, irregular e rugosa. Anatomopatológico concluiu a existência de linfedema maciço de bolsa escrotal. Paciente relata leve crescimento de seus testículos após procedimento.

DISCUSSÃO

Trata-se de caso raro de maciço tumor recorrente que se manifesta ainda na fase adulta. A retirada parcial da bolsa escrotal apresenta grande chance de novo crescimento, sendo a retirada completa do escroto um dos tratamentos com maior eficiência. Outros tipos de tratamento já estão sendo utilizados, como: a aspiração repetida do conteúdo cístico, uso de corticóides, radioterapia e a embolização percutânea do cisto utilizando substâncias esclerosantes como picivanil (OK-432). Dispõe-se como patologia de difícil diagnóstico, pois compartilha de diversos diagnósticos diferenciais: hidrocele, cisto epididimal, espermatocele, varicocele, hérnia, granuloma espermático, hematoma ou abscesso. Porém, ultrassonografia com Doppler, tomografia ou ressonância magnética auxiliam no diagnóstico de linfangioma, definindo a extensão da doença, permitindo o margeamento dos limites da ressecção.