TÍTULO

LENTIGO MALIGNO EM MULHER DE 49 ANOS APOS BRONZEAMENTO PARA FINS ESTÉTICOS: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O melanoma é uma neoplasia maligna que representa cerca de 5% de todos os tumores da pele, classificando-se com maior taxa de mortalidade. Ele se comporta de maneira agressiva, pois há uma elevada capacidade de disseminação linfática e hematogênica. O lentigo maligno (LM) é uma das formas clínico-patológicas do melanoma. O LM ocorre em áreas de exposição solar, principalmente na face, e apresenta maior prevalência em mulheres e idosos entre 65 e 80 anos. Essa lesão possui um aspecto acastanhado ou enegrecido de limites nítidos e irregulares, alcançando 15 a 20 centímetros de diâmetro. Quando detectado em estágio avançado, o prognóstico é ruim, sendo necessário tratamento cirúrgico para o alcance da cura. Os fatores de risco constitucionais e ambientais estão associados ao aparecimento dos melanomas. Pele com fototipos claros, presença quantitativa e qualitativa de nevos, história prévia de queimadura solar e história familiar de melanoma são os principais fatores constitucionais para o seu surgimento. Ademais, a exposição à radiação ultravioleta pode induzir danos no DNA e aumentar a probabilidade de mutações que alteram a regulação do ciclo celular normal, acentuando a proliferação dos melanócitos. O diagnóstico do MLM é realizado pela biópsia excisional, entretanto, a excisão nem sempre pode ser realizada, devido a presença de lesões. A terapêutica consiste numa abordagem destrutiva e cirurgia, sendo a excisão cirúrgica o tratamento de escolha por oferecer uma menor taxa de recorrência. O relato aqui descrito tem como objetivo trazer particularidades de um MLM de membro inferior em paciente fora da média etária esperada para as lesões, devido exposição solar exagerada com fins estéticos de bronzeamento.

RELATO DE CASO

M.A., feminino, 49 anos, apresenta lesão em membro inferior esquerdo há 10 anos com crescimento acelerado no último ano. Relata que manteve o hábito de ficar exposta ao sol por períodos prolongados e sob aplicação tópica de descolorante com o intuito de bronzeamento. A macroscopia de fragmento da lesão revelou uma mácula de borda irregular e coloração acastanhada heterogênea, de tecido amolecido e opaco. A biópsia indicou melanoma “in situ” do tipo lentigo maligno, com margens cirúrgicas laterais/externas comprometidas pela lesão, e margens cirúrgicas profundas livres.

DISCUSSÃO

O caso apresentado diverge da literatura em pontos importantes os quais levam à reflexão sobre a influência da exposição solar exagerada sem os cuidados de proteção adequados. A paciente possui cerca de 16 anos a menos da idade média esperada para aparição das lesões, além disso, a localização acometida e a velocidade de crescimento também divergem dos outros estudos sobre o lentigo maligno. Ademais, o tempo de desenvolvimento, segundo a literatura, arrasta-se por volta de dez a cinquenta anos, enquanto o da paciente em questão levou cerca de oito anos, dois abaixo da média.