Dados do Trabalho


TÍTULO

EXERESE DE CEC EM REGIAO CERVICAL POSTERIOR COM RECONSTRUÇAO IMEDIATA COM RETALHO MIOCUTANEO DE TRAPEZIO

INTRODUÇÃO

O carcinoma espinocelular (CEC) é uma neoplasia maligna da pele caracterizada por uma proliferação aberrante de queratinócitos. Sendo a segunda malignidade mais comum em todo o mundo, surgindo com mais frequênica na pele cronicamente danificada pela radiação solar em indivíduos de pele clara, especialmente idosos. Pode se desenvolver em qualquer superfície cutânea, incluindo cabeça, pescoço, tronco, extremidades, mucosa oral, pele periungueal e áreas anogenitais. Em um estudo de coorte realizado em 145 pacientes com CEC na Austrália, foi notório o predominio da malignidade na região da cabeça e pescoço (55%). Por conseguinte, também é conhecida por apresentar uma grande variedade de manifestações, incluindo pápulas, placas, nódulos, lesões lisas, hiperceratóticas ou ulcerativas. Caso sua apresentação denote alto risco, a excérese é a modalidade primária de tratamento utilizada. Lesões extensas de invasão perineural e de tecidos subjacentes podem ser um desafio, mas ressecções agressivas tem se mostrado benéficas em casos de cabeça e pescoço. Relatamos um paciente com CEC em região cervical, o qual sofreu intervenção cirúrgica extensa.

RELATO DE CASO

Paciente 54 anos, sexo masculino, branco, deu entrada no setor de oncologia do Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE) com lesão ulcerada e fixa em região cervical latero-posterior direita medindo 4cm, sem linfonodos palpáveis. Tomografia computadorizada evidenciou lesão expansiva adjacente a borda posterior do esternocleidomastóideo direito e linfonodos reacionais em mesma região. Foi realizada excérese da lesão extensa com esvaziamento cervical radical direito seguido de uma reconstrução cervical posterior com retalho miocutâneo do trapézio. Paciente obteve boa evolução de sua ferida cirúrgica com controle rigoroso trimestral sem radioterapia e anatomopatológico confirma CEC.

DISCUSSÃO

Para decidir a modalidade de tratamento do CEC, deve-se considerar aspectos como idade e condições clínicas do doente, resultado estético, localização anatômica, dimensões do tumor, além do padrão histológico, número de lesões, se o tumor é primário ou recidivado e o risco de metástase. Quando o risco para ocorrência deste último é maior, a abordagem envolve a exérese dos linfonodos satélites e pesquisa de envolvimento de outros órgãos. Nesse contexto, existem muitos tratamentos para o carcinoma de células epidermoides, mas a reconstrução após excisão cirúrgica é etapa essencial. Os defeitos podem ser corrigidos com retalhos locais ou enxertos, mas estes últimos trazem piores resultados, por causarem frequentemente depressão local e hiperpigmentação em relação aos tecidos vizinhos, trazendo assim pobres resultados estéticos. Levando-se em consideração o manejo de tumores de cabeça e pescoço, o retalho do músculo trapézio se mostra como uma ferramenta importante, principalmente em regiões cervicais inferiores (abaixo da mandíbula e na região occipital), onde este retalho tem vascularização robusta e confiável, com baixas taxas de complicação.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

UNIT - Sergipe - Brasil

Autores

Caio César Chagas Santos Fernandes, Antonio Augusto Machado Teles Filho, Maria Leticia Barreto Fontes de Carvalho, Tarcizo Costa Figueiredo Júnior, Gabriel Ponciano Santos de Carvalho, Joao Pedro Costa Machado Teles , Mariana Amaral Carvalho