Dados do Trabalho
TÍTULO
SEQUENCIA DE PIERRE-ROBIN: UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A sequência de Pierre Robin (SR) é um problema congênito caracterizado por uma tríade de anomalias: micrognatia – hipodesenvolvimento mandibular-, glossoptose – retração da língua - e fissura palatina (nem sempre está presente). A incidência é 1/8.500 nascidos vivos, sendo mais prevalente no sexo feminino. A SR pode ser classificada de três maneiras: sequência de Pierre Robin Isolada (SRI), quando acontece isoladamente a outras patologias; sequência de Pierre Robin Sindrômica (SRS), quando está associada a alguma síndrome (por exemplo, a Síndrome de Stickler); e a sequência de Pierre Robin associada a anomalias (SRA), que ocorre quando está relacionada a um conjunto de fatores que não caracterizam uma síndrome específica. A sequência de Pierre Robin é assim chamada por ser uma sucessão de acontecimentos isolados que resultam em um quadro típico. Ou seja, por causa da má posição intra-uterina, o feto desenvolve a mandíbula de forma errônea, o que leva a retração da língua sobre a faringe, que por sua vez impede a cisura do palato mole, resultando, assim, na fenda palatina, completando a tríade que permite o diagnóstico.
RELATO DE CASO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar um caso típico de sequência de Pierre Robin Isolada (SRI) em uma criança do sexo feminino, nascida de parto cesáreo com 36 semanas e 1 dia de gestação, com histórico materno de diabetes gestacional e picos hipertensivos (que justificaram a cesárea). No exame físico, apresenta micrognatia, glossoptose e fenda palatina ampla em U. Apresentou, após o nascimento, dificuldades respiratórias com queda de saturação, tiragem subcostal necessitando uso de oxigênio via cateter endonasal 1L/min. Após dois dias, novo quadro de esforço respiratório (saturação 37%; bradicardia e apneia) com tentativas falhas de intubação endotraqueal, fazendo-se necessária traqueostomia de urgência. Ficou mais 23 dias internada na UTI Neonatal – HU FURG, sendo depois transferida para enfermaria pediátrica. Paciente, quando ainda na UTI Neonatal, precisou fazer antibioticoterapia com ampicilina+gentamicina por 10 dias. Além disso, ainda foi necessária a realização de uma flebotomia por dificuldade de acesso venoso periférico, que foi realizada no mesmo dia da traqueostomia.
DISCUSSÃO
Ainda não há consenso sobre o tratamento da sequência de Pierre Robin. A conduta normalmente se baseia no tipo de obstrução que a retração da língua faz sobre a faringe, que estabelece o grau de dificuldade respiratória e alimentar. Essa observação é feita através de nasofaringoscopia. As possibilidades de tratamento vão desde medidas conservadoras até procedimentos cirúrgicos. Entre as opções: tratamento postural (posição prona), intubação nasofaríngea - INF (introdução de cânula da narina até a faringe), técnica de Beverli Douglas/glossopexia (fixação da língua no lábio inferior), traqueostomia e, mais recentemente, distração mandibular.
Área
CIRURGIA PEDIÁTRICA
Instituições
FURG - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Gabriella Rama Molardi, Luciana de Oliveira, Rudinei Carlos Mezacasa Junior, Ana Carolina de Oliveira Rein, Carolina Festa Sigrist, Victória Oliveira Melo de Abreu, Alice Lily Carranza Cunha, Alessandro Menezes de Oliveira