Dados do Trabalho
TÍTULO
PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE TRANSPLANTES HEPATICOS NO BRASIL ENTRE 2008 E 2018
OBJETIVO
Avaliar a evolução e predominância dos transplantes hepáticos no Brasil entre 2008 e 2018.
MÉTODO
Estudo epidemiológico realizado com dados provenientes do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT). Nesse estudo foram analisadas a quantidade de transplantes hepáticos realizados no recorte temporal de 2008-2018, o número anual conforme tipo de doador, o número por estado e o número por milhão de população por estado no ano de 2018.
RESULTADOS
Entre os anos 2008 e 2018, 17.930 transplantes hepáticos foram realizados. Observa-se que o ano com a menor quantidade de procedimentos foi 2008, totalizando cerca de 1.177 (6,5% do valor total). Em 9 anos, houve um aumento de 80% deste valor. Consequentemente, 2017 foi ano com o maior valor absoluto de cirurgias: 2.122. No ano de 2018, houve um decréscimo de 24% em relação ao ano anterior, totalizando 1.610 procedimentos. No ano de 2018, estes predominaram no estado de São Paulo, representando cerca de 32% dos procedimentos; seguida do estado do Paraná, 14%. No mesmo ano, 2.207 pacientes ingressaram na lista de espera. Em relação ao número anual conforme o tipo de doador, no ano de 2018, 92% dos doadores eram falecidos. Dos 125 doadores vivos, 91% corresponderam a familiares. O número de doadores por milhão de população do Brasil deste ano foi de 10,3. Destes, a unidade federativa com o maior número foi o Distrito Federal: 29,4. Seguida do Paraná com 26,8.
CONCLUSÕES
O transplante hepático é um procedimento relativamente novo. Somente na década de 80, ele começou a ser indicado rotineiramente para doenças hepáticas. Entretanto, é um procedimento de relevância por ser a única terapêutica efetiva para várias doenças hepáticas crônicas e agudas irreversíveis, progressivas e terminais. As principais indicações para o transplante são: carcinoma hepatocelular, cirrose hepática secundária ao vírus da hepatite B e C e cirrose alcoólica. Nos últimos 10 anos, houve um aumento expressivo da demanda e do número de transplantes no Brasil, com predomínio nas Regiões Sul e Sudeste. Todavia, esta demanda cresce desproporcionalmente ao número de doadores disponíveis. Este fato contribui para o aumento da gravidade e da mortalidade dos pacientes em espera. Por esta razão, existem critérios obrigatórios para a realização da cirurgia. A Model for End-stage Liver Disease (MELD), avalia a urgência da necessidade do procedimento. São utilizados critérios clínicos e laboratoriais (valores de bilirrubina, creatinina e Relação Normatizada Internacional). Em somatória, o paciente não pode ter qualquer contraindicação absoluta como: presença de tumores malignos e infecções extra-hepáticas, doença pulmonar ou cardíaca avançada e o uso de álcool e drogas. A conscientização da população sobre transplantes de órgãos e tecidos e sobre os fatores de risco para doenças hepáticas, deve ser feita por meio de ações intersetoriais e governamentais com a finalidade de diminuir a desproporção entre potenciais doadores e pacientes com indicação para transplante hepático.
Área
FÍGADO
Instituições
Universidade Católica de Brasília - Distrito Federal - Brasil
Autores
Luísa Freire Barcelos, Bárbara Alves Campos Ferreira, Eduardo Augusto Borges Primo, Geovana Thees Perillo Rodrigues, Vanessa Mahamed Rassi, Paula Andreza Loures, Camila Taveira de Castro, Hortência Freire Barcelos