Dados do Trabalho


TÍTULO

MALFORMAÇAO HEMANGIOMATOSA EM REGIAO GLUTEA - UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Hemangioma é um tumor benigno de células endoteliais de vasos sanguíneos que cursa com malformação arteriovenosa. Surge nas primeiras semanas de vida e cresce mais rapidamente nos primeiros seis meses, apresentando auto-involução durante a infância (GOYAL, 2015). É o tumor mais frequente nesta faixa etária (12% de todos os infantes), com uma proporção maior no sexo feminino (5:1). Ocorre mais frequentemente na cabeça e pescoço (60%), seguido pelo tronco (25%) e extremidades (15%), sendo altamente incomum a manifestação na região glútea.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 34 anos, apresentou elevação hemangiomatosa congênita em região glútea direita, associada a temperatura elevada e incômodo constantes na região. Foi solicitada AngioTC, a qual localizou malformação hemangiomatosa arterio-venosa em ramo distal da artéria femoral profunda. A abordagem inicial se deu por meio de acesso endovenoso para bloqueio da lesão, seguida de embolização do nidus com uso de cola intra-arterial e mola. Após uma semana, foi realizada intervenção cirúrgica para ligadura dos vasos do hemangioma e ressecção em bloco da lesão. Mesmo após rigorosa hemostasia, houve persistência do sangramento local, optando-se pela colocação de dreno hemovac®. O fechamento foi realizado por planos. O pós-operatório se deu com a persistência de pequeno sangramento, que cessou ainda nas primeiras 24 horas. Foi realizada retirada do dreno no 2º DPO. Pós-operatório tardio evoluiu com normalização do volume e da temperatura locais.

DISCUSSÃO

Hemangiomas glúteos são incomuns, havendo poucos relatos na literatura sobre essa patologia. Assim, fica em evidência a importância e a necessidade de relatos como esse, a fim de ampliar o conhecimento acerca da abordagem desta complexa patologia. O manejo e a técnica cirúrgica utilizados são modernos e altamente resolutivos, realizados de maneira integrativa e combinada para a melhor condição cirúrgica e pós-cirúrgica possível. No caso apresentado, por meio da intervenção associada endovascular-vascular, foi obtida excelente evolução pós operatória, sem sangramentos e com diminuição significativa do volume e temperatura locais, logrando sucesso quanto ao alívio sintomático e a melhoria da qualidade de vida do paciente. Sugere-se então que esta patologia, uma vez suspeitada, deve ser encaminhada para o cirurgião vascular para a realização da propedêutica e conduta mais completa, atual e eficiente possível.

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

Instituto Hospital de Base (IHB) - Distrito Federal - Brasil

Autores

Lara Medeiros Amaral, Isabella Muhammad Luzente Paulo, Mariana Carolina Braga, Larissa Franco Belem, Lucas Ernesto do Rêgo Castro, Múcio Lopes da Fonsêca