Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO DE CONDROSSARCOMA ESTERNAL E RECONSTRUÇAO DE PAREDE TORACICA ANTERIOR COM TELA DE POLIPROPILENO: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Os tumores primários de parede torácica são raros e constituem de 0 a 2% de todos os tumores. O tumor ósseo maligno primário mais comum acometendo o esterno é o condrossarcoma, um tumor maligno de cartilagem. O condrossarcoma pode ser primário ou secundário, ocorre frequentemente entre a terceira e a quarta décadas de vida. A clínica não se relaciona com o grau ou o tamanho da lesão, sendo a dor o primeiro sintoma do paciente.
RELATO DE CASO
Masculino, 57 anos, procura atendimento médico com queixa de tosse produtiva e percepção de lesão no tórax. Foi encaminhado ao especialista, após punção local, com diagnóstico de lesão esternal, com Tomografia Computadorizada (TC) evidenciando: formação expansiva insuflativa acometendo todo o corpo do esterno, com focos de calcificação irregulares em seu interior, parcialmente delimitada. Realizou esternectomia subtotal (corpo do esterno e xifoide) com reconstrução da parede torácica através de duas camadas de tela de polipropileno com camada interna de metametilcianoacrilato, através de "técnica sanduíche". O estudo anatomopatológico de congelação transoperatória das margens cirúrgicas garantiu negatividade das mesmas e, posteriormente, relevou se tratar de um Condrossarcoma Central Clássico Grau 1 (pT1). Estudo de imagem (TC) pós esternectomia subtotal evidenciou material acentuadamente hiperatenuante em esterno, provavelmente relacionado ao material cirúrgico de reconstrução. No momento, não foram caracterizadas coleções líquidas ou lesões expansivas sólidas no leito cirúrgico. O manúbrio do esterno apresentou morfologia e coeficientes de atenuação preservadas.
DISCUSSÃO
O condrossarcoma é responsável por 30% de todos os tumores ósseos malignos primários.. O diagnóstico é feito através de uma correlação histopatológica e radiográfica, a TC é utilizada para avaliar possíveis calcificações e a ressonância magnética revela com precisão os limites e as relações do tumor com estruturas adjacentes. O condrossarcoma mostra-se resistente à radioterapia e quimioterapia. Dessa forma, preconiza-se o tratamento cirúrgico com ressecção da área comprometida. O objetivo da intervenção é eliminar a lesão com margens amplas, de 2 cm para estágios inicias até 4 cm para tumores avançados, a fim de evitar recidivas. A reconstrução do esterno deve permitir estabilidade e flexibilidade, evitando o movimento parodoxal do tórax e protegendo os órgãos torácicos, mantendo movimentos respiratórios dentro da normalidade. A literatura traz relatos do uso de diversos materiais na reconstrução da parede torácica: tela de polipropileno, malha ou placa de titânio, metacrilato de metila (cimento ósseo) e enxertos autólogos de costelas, bem como combinações entre esses materiais. O paciente do caso em questão não apresentou sinais de retorno da atividade tumoral no seguimento de um ano. Não existe consenso em relação ao tempo de seguimento necessário após a cirurgia, a maioria dos autores defende acompanhamento mínimo de dois a cinco anos.
Área
CIRURGIA TORÁCICA
Instituições
Universidade do Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil
Autores
Guilherme Zappelini Zanette, Isabella de Oliveira, Gabriela Aparecida Schiefler Gazzoni, Vanessa Karlinski Vizentin, Bárbara Wiese, Islan da Rocha