Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO CIRURGICO DE PSEUDOCISTO PANCREATICO GIGANTE RECORRENTE COMO COMPLICAÇAO DE PANCREATITE CRONICA
INTRODUÇÃO
Pseudocistos de pâncreas ocorrem como complicação local de pancreatite aguda ou crônica sendo formações císticas consequentes, no primeiro caso, à autodigestão tecidual cujas paredes são desprovidas de revestimento epitelial e compostas apenas por fibrose enquanto, nos casos crônicos, relacionam-se com a obstrução ductal e acúmulo de suco pancreático a montante. Geralmente, se formam entre 4 a 8 semanas após início do evento agudo. Não obrigatoriamente requerem abordagem pois, em cerca de 70% dos casos, ocorre regressão espontânea. O presente trabalho vem apresentar caso de paciente com pancreatite crônica e pseudocisto pancreático gigante recorrente como conteúdo de hérnia abdominal lateral esquerda e o tratamento desses.
RELATO DE CASO
Homem, negro, 45 anos, natural de Uberaba, etilista inveterado, diagnóstico prévio de pancreatite crônica. Atendido no Ambulatório da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, diagnosticado com hérnia inguinal esquerda em março e tratado com hernioplastia inguinal. Tempos após, retornou ao pronto atendimento do HC-UFTM referindo abaulamento em região crural esquerda, palpável, doloroso que irradiava para face medial da coxa e marcha claudicante. Feito USG que evidenciou hérnia em região lateral na parede abdominal esquerda se estendendo à região inguinal anterior com imagem cística de conteúdo espesso. À TC de abdome e colangiorressonância encontrou-se em contato com porção distal da cauda pancreática formação cística de paredes finas e conteúdo homogêneo que se estendia do hipocôndrio a raiz da coxa esquerda provocando dilatação do sistema coletor esquerdo. Então, realizou-se pancreatoenterostomia em “Y de Roux” com derivação interna para alça jejunal exclusa e externa com sonda de Foley. Evoluiu sem dor, afebril, reestabeleceu trânsito intestinal no 3º dia pós operatório (PO), diminuiu débito através de derivação externa até alta no 5º PO. Um mês após cirurgia retornou em 35º PO para TC de controle sem recidiva ou queixa clínica, retirada derivação externa e alta.
DISCUSSÃO
Pseudocistos pancreáticos se desenvolvem mais frequentemente na pancreatite crônica incidindo em mais de 30% dos casos¹ em contraste aos 8% dos casos na pancreatite aguda². Definido como coleções de suco pancreático envolto por paredes finas de colágeno³, quando com diâmetro menor que 4 cm mais de 70% regridem espontaneamente. Nos casos em que há sintomas como dor persistente, saciedade precoce e perda de peso ou com diâmetro maior que 4cm está indicado terapia invasiva para drenagem. Estas podem ser endoscópicas (via transpapilar, cistogastrostomia e cistoduodenostomia) ou cirúrgicas. A indicação de cirurgia é para aqueles que não podem ser tratados via endoscopia ou falha desta modalidade de tratamento. O sucesso cirúrgico se dá em 90% dos casos e a recorrência em 12%¹ como foi no caso relatado que havia histórico de abordagem cirúrgica em 2010 de pseudocisto pancreático.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Minas Gerais - Brasil
Autores
Gláucio Tasso Carvalho Junior, Vitor Simões Serrano, Renata Almeida Chaebub Rodrigues, Diego Elias da Silva Caldeira, Rafael Borella Pelosi, Luciana Almeida Chaebub Rodrigues, Eduardo Crema, Juverson Alves Terra Junior