Dados do Trabalho


TÍTULO

APENDICITE AGUDA COMPLICADA ASSOCIADA A TERATOMA OVARIANO.

INTRODUÇÃO

Teratomas são neoplasias que se originam de tecido embrionário ou germinativo, sendo encontrados mais comumente na região sacrococcígea ou gonadal. O teratoma maduros ovariano é uma neoplasia benigna comum e com prevalência maior em mulheres em idade reprodutiva. Aproximadamente 1% sofre transformação maligna, havendo, portanto, indicação de tumorectomia.

RELATO DE CASO

Paciente, 69 anos, procura o PS de cirurgia geral de um hospital público de Brasília com relato de dor abdominal em fossa ilíaca direita há 5 dias, associada a vômitos e com TC de abdome com contraste indicando achado de apendicite aguda complicada com abscesso bloqueado na região anexial direita, além de achado de volumosa lesão heterogênea para-uterina direita, medindo cerca de 12,5 cm em seu eixo axial maior e com diferencial entre teratoma ovariano e mioma uterino degenerado. Ao exame, abdome semigloboso, flácido, doloroso em baixo ventre e Blumberg positivo. Exames laboratoriais indicavam leucocitose de 22 mil com 13% bastões. Iniciada antibioticoterapia endovenosa e indicada laparotomia exploratória com achado de teratoma em fossa ilíaca direita e apendicite fase 2. Realizada apendicectomia e tumorectomia. Paciente evoluiu com alta no terceiro dia pós operatório com prescrição de ciprofloxacino e metronidazol para domicílio, referindo retorno fisiológico de eliminações, aceitação dieta e nenhuma queixa de dor, náuseas e vômitos durante a internação.

DISCUSSÃO

A incidência de teratomas benignos ovarianos é maior na faixa etária de 20 a 30 anos. Geralmente os teratomas ovarianos benignos são assintomáticos, sendo que as queixas mais frequentes são de dor e presença de massa abdominal palpável. Nesse caso, a paciente procurou o serviço de saúde com uma queixa de dor em FID, sendo a tomografia computadorizada com contraste crucial para o achado do teratoma, além do exame físico que identificou viceromegalia a palpação superficial. A complicação mais esperada para o quadro álgico da paciente associado ao teratoma é a torção ovariana, cujo risco de ocorrência é mais alto em caso de teratomas maiores, e cujo diagnóstico deve ser via cirurgia emergencial. Nesse caso, entretanto, a dor referida pela paciente era originada de uma apendicite em fase 2 complicada, cujos limites estavam de difícil demarcação dada a associação com o teratoma, que foi um achado tomográfico adventício. A abordagem imediata contribuiu para a evolução da paciente, com alta da unidade médica em 3 dias. Poucos são os relatos de pacientes com teratoma ovariano associado a apendicite aguda, sendo que os relatos encontrados referem apendicite associada à torção ovariana ou à ruptura do teratoma. Sendo assim, este caso se mostra como uma ocorrência rara dentro da incidência de teratomas ovarianos benignos descritos em literatura.

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

Universidade Católica de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

Daniel Gontijo Sousa Silva, Jéssica Barbosa de Oliveira, Yasmin Abreu Soares de Souza Pimentel, Fernanda Maria Afonso Ferreira Madeira, Gustavo Alves Araújo Ferreira, Marília de Matos Barros, Camila Lopes Moreira da Silva