Dados do Trabalho


TÍTULO

HEPATECTOMIA ESQUERDA ROBOTICA COM HEPATICO-JEJUNOSTOMIA EM Y DE ROUX PARA CORREÇAO DE ESTENOSE CICATRICIAL POS COLECISTECTOMIA

INTRODUÇÃO

A lesão do ducto biliar após a colecistectomia continua sendo uma grande preocupação, pois sua incidência é mantida ao longo dos anos, apesar dos avanços técnicos. A lesão complexa, incluindo o dano vascular, pode exigir ressecção hepática e pode ser o tratamento definitivo. Em uma revisão mundial, foram relatadas 99 hepatectomias entre 1756 (5,6%) pacientes encaminhados para lesão das vias biliares pós-colecistectomia. Nenhum deles foi realizado por abordagem minimamente invasiva ou robótica. O objetivo deste vídeo é apresentar uma hepatectomia esquerda robótica e hepaticojejunostomia em Y de Roux como tratamento para uma lesão complexa no ducto biliar após colecistectomia laparoscópica.

DESCRIÇÃO DO VÍDEO

Um homem de 52 anos foi submetido à colecistectomia laparoscópica em outra instituição há 8 anos. Durante a operação ocorreu uma hemorragia que resultou em lesão inadvertida do ducto biliar comum. A operação foi convertida, o ducto biliar foi suturado e hemostasia realizada. O período pós-operatório foi complicado por icterícia e colangite. Ele foi tratado com CPRE e inserção de endopróteses múltiplas por 3 anos. Após esse período, as endopróteses foram removidas e ele foi encaminhado para nossa instituição. A colangiografia mostrou áreas de estenose parcial sem dilatação significativa dos ductos biliares intra-hepáticos. Os testes da função hepática permaneceram anormais. A tomografia computadorizada mostrou fígado esquerdo com sinais de perfusão perturbada e dilatação do ducto biliar esquerdo intra-hepático. Paciente recusou qualquer nova tentativa de correção cirúrgica da lesão, enquanto assintomático. Ele foi então acompanhado por 5 anos. A RM mostrou atrofia progressiva do fígado esquerdo. Finalmente, há três meses, começaram a apresentar episódios intermitentes de colangite. Equipe multidisciplinar decidiu por correção cirúrgica. Hepatectomia esquerda com hepato-jejunostomia em Y de Roux foi indicada. Abordagem robótica foi proposta. O fígado esquerdo (S2-S3-S4) estava completamente atrofiado e aderido ao estômago. Após ligadura da artéria hepática esquerda e da veia porta esquerda, procedeu-se hepatectomia esquerda. O ducto biliar hepático esquerdo estava completamente obstruído. Fluorescência identificou o ducto biliar direito que foi aberto com saída de bile e alguns pequenos cálculos. Realizou-se então hepatico-jejunostomia ante cólica em Y de Roux.
O tempo operatório foi de 5h e 35 minutos. Paciente evoluiu sem intercorrências, recebendo alta no 4º dia de pós-operatório.

CONCLUSÃO

O reparo robótico da lesão biliar é viável e seguro, mesmo quando uma ressecção hepática é necessária. Este vídeo pode ajudar cirurgiões a realizar esse complexo procedimento.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Hospital Nove de Julho - São Paulo - Brasil

Autores

Marcel Autran Machado, Rodrigo C Surjan, Fabio F Makdissi, Izabella Braz Martins Silva