TÍTULO

O PASSADO E PRESENTE DO INSTRUMENTO DOS CIRURGIOES

OBJETIVO

O bisturi é um instrumento essencial à prática cirúrgica e um dos emblemas do cirurgião. O objetivo do presente estudo é fazer uma revisão histórica do desenvolvimento desse instrumento.

MÉTODO

Realizou-se uma busca nas bases de dados Medline, Scielo e Google Scholar os seguintes termos (em português e inglês): "Scalpel History", "História do Bisturi" e "Surgical Blade".

RESULTADOS

Estudos sugerem que em 10.000 anos a.C iniciou-se a utilização de materiais afiados para realização de procedimentos. Para tal, eram usados como conchas, pedaços de plantas afiados e unhas para venossecção e circuncisão de recém nascidos. Com o passar dos anos, esses materiais foram sendo substituídos por metais como cobre (3.500 a.C), seguido de bronze e ferro (1.400 A.C). No entanto, apenas em 400 A.C, Hipócrates descreveu o que seria o primeiro bisturi, apresentando os mesmos aspectos essenciais dos instrumentos usados atualmente. Em Roma, Galeno utilizou o bisturi para vivisecções, incisões e drenagens. Com a queda de Roma, o material foi aperfeiçoado na época de ouro do Islã, com a presença de lâminas retráteis. Durante a Renascença, Ambroise Paré e Guy de Chaulic utilizavam bisturis ornamentados com desenhos artísticos apreciados por todos da época, caindo em desuso com o advento da assepsia e antissepsia. Uma grande inovação surgiu no século XX, quando John Murphy sugeriu a ideia de lâminas descartáveis e intercambiáveis, apesar da necessidade de materiais auxiliares. Em 1914, Morgan Parker desenvolveu o bisturi de duas partes que conhecemos atualmente, aumentando a produção substancialmente. Atualmente, tem-se melhorado esse material com metais mais leves e carbono, conferindo melhor durabilidade e resistência desse material. Além disso, o chamado bisturi harmônico ou ultrassônico ganha cada vez um uso mais difundido.

CONCLUSÕES

A evolução do bisturi guarda íntima correlação com o desenvolvimento da própria cirurgia. Houve mudanças importantes no conceito e na forma do instrumento, que evoluíram de acordo com as tecnologias disponíveis. Apesar de toda a evolução tecnológica, a imensa maioria dos atos cirúrgicos ainda se iniciam, nos dias de hoje, com a incisão feita por um bisturi.