Dados do Trabalho


TÍTULO

HISTERECTOMIA SUBTOTAL E ANEXECTOMIA BILATERAL EM PACIENTE COM MIOMATOSE UTERINA E MUTAÇOES EM GENES BRCA1 E BRCA2: UMA ABORDAGEM CIRURGICA INTEGRATIVA

INTRODUÇÃO

Miomas uterinos gigantes são manifestações tumorais benignas de natureza muscular lisa que comumente afetam o trato reprodutivo feminino de mulheres entre a 20ª e a 50ª décadas de vida, necessitando, na maioria dos casos, de conduta intervencionista, dadas suas repercussões clínicas. O presente trabalho aborda a importância da análise genética de uma mutação patogênica nos genes BRCA1 e BRCA2 enquanto fator de incidência de neoplasias pélvicas e de agravante na escolha de abordagem cirúrgica preventiva e curativa.

RELATO DE CASO

Paciente feminino, 49 anos, G1P1C1A0, com queixas de desconforto pélvico, aumento do volume abdominal e hipermenorreia de até 20 dias de duração associada a formação de coágulos e dismenorreia. Menarca aos 13 anos de idade, coitarca aos 17 e único parceiro sexual. Informou ainda sobre história familiar positiva para câncer de mama. Ao exame físico apresentou aumento de volume abdominal com massa pélvica palpável. Ao toque vaginal, foi constatado útero de volume aumentado, de superfície regular, móvel e doloroso à mobilização, com características de provavável adenomiomatose. A Ultrassonografia Transvaginal revelou útero com volume de 957 cm³ e miométrio heterogêneo com imagens nodulares, hipoecogênicas, regulares e heterogêneas, sugestivas de leiomiomas em corpo uterino; sendo o maior deles intramural posterior de 4,7x4,4 cm. Foi solicitado estudo genético da paciente que evidenciou mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. Dessa forma, a indicação cirúrgica, além da Histerectomia Subtotal Abdominal, incluiu a Anexectomia Bilateral.

DISCUSSÃO

A abordagem cirúrgica estipulada como tratamento neste caso não teve como objetivo exclusivo o acometimento uterino por 17 miomas gigantes intramurais e subserosos. Visava ainda a profilaxia para neoplasias ginecológicas, visto que a paciente em questão apresentava mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. O benefício de evitar possíveis cânceres ginecológicos mostrou-se superior aos malefícios causados pela indução do climatério. Dessa forma, optou-se pela realização de Histerectomia Subtotal Abdominal associada a Anexectomia Bilateral. Em relação à via cirúrgica, a escolha foi a abdominal devido ao volume uterino significativamente aumentado, enquanto a ausência de fatores de risco para neoplasia cervical levou à preservação do colo uterino. O controle para carcinoma de mama foi acordado com a paciente e deverá ser realizado por meio de exames seriados e acompanhamento rigoroso pessoal e familiar.

Área

GINECOLOGIA

Instituições

Universidade Católica de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

Raíssa Fonseca Rezende, Beatriz Azevedo Rocha, Catharina Machado Bandeira de Melo, Clarissa de Lima Oliveira e Silva, Letícia Sousa Amancio da Costa, Paloma Gomes Cristal Pio, Taís Cassiano Bueno Vieira, Evandro Oliveira da Silva