Dados do Trabalho


TÍTULO

RETALHO FRONTAL OBLIQUO PARA CORREÇAO DE LESAO POR CARCINOMA BASOCELULAR (CBC) DE ASA NASAL: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O Carcinoma Basocelular (CBC) é um tumor maligno de alta incidência correspondendo a 75% das neoplasias nasais, é considerado um tumor de alto grau de malignidade, com capacidade de invasão local, destruição tecidual, recorrência e com limitado poder de metastização. A pirâmide nasal é o local mais comum de surgimento de tumores malignos na cabeça e no pescoço, particularmente em áreas expostas ao sol, tais como a asa (45%), o dorso (17%) e a ponta nasal (5,5%). Este trabalho relata a reconstrução nasal de uma paciente feita em três etapas: na primeira, utilizou-se de retalho frontal oblíquo, na segunda etapa foi feita o afilamento do retalho e na terceira foi realizada a secção do pedículo médio-frontal. Essas lesões se tornam um grande desafio para os cirurgiões plásticos, pois é uma região de alta complexidade anatômica e com quantidade de pele limitada para correções.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, 86 anos, com diagnóstico de CBC em asa nasal direita com ulceração. A primeira etapa da reconstrução foi utilizada a região frontal paramediana direita como área doadora para a confecção do retalho, dissecando no plano subcutâneo até a região glabelar médio-lateral com irrigação de artéria supratroclear. Foi utilizado enxerto de cartilagem da orelha direita para a reconstrução da asa nasal direita. Cinco meses depois, seguiu-se o segundo tempo cirúrgico, compreendendo o desengorduramento da tela subcutânea e o afilamento do retalho de borda de asa nasal direita junto à exérese e eletrocoagulação de outras lesões de pele da região malar esquerda e asa nasal esquerda. Três meses depois, procedeu-se a terceira etapa cirúrgica, sob anestesia geral foi feito a secção de pedículo médio-frontal, seguido do desbridamento de feridas em região frontal e nasal mais o refinamento dos retalhos remanescentes. A paciente recuperou-se sem intercorrências, assintomática e com ótimo resultado estético em retorno ambulatorial.

DISCUSSÃO

O surgimento de tumores malignos na região nasal cria desafios tanto na questão de saúde quanto na de estética do paciente acometido. A escolha da técnica de reconstrução nasal visa a cura da lesão, a restauração da função e, finalmente, que a estética nasal fique semelhante ao natural. Existem diversas técnicas cirúrgicas descritas disponíveis para correção de defeitos de acordo com a unidade estética acometida. Especificamente na asa do nariz, os retalhos mais comumente utilizados são transposição bilobada, retalho em V-Y, nasogeniano e o frontal. A técnica com utilização do retalho frontal oblíquo tem grande eficácia no tratamento do CBC de pirâmide nasal, sua grande vantagem é na reconstrução de perdas de substância que acometem mais de uma unidade estética ou defeitos que atingiam cartilagem e/ou mucosa, sendo por esta última indicação utilizada esta técnica na paciente. Sua maior intercorrência é a necessidade de vários tempos cirúrgicos.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

Universidade Católica de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

Camille Souza Carvalho, Igor Diego Carrijo dos Santos , Laís Ribeiro Vieira, Vanessa Mahamed Rassi, Bárbara Alves Campos Ferreira, Geovana Thees Perillo Rodrigues, Ana Letícia Argentino Bononi, Wilian Pires de Oliveira Júnior