Dados do Trabalho


TÍTULO

SINDROME DE WUNDERLICH TRATADA DE FORMA NAO-CIRURGICA

INTRODUÇÃO

O hematoma perirrenal espontâneo foi descrito em 1856 por Wünderlich, sendo este uma doença infrequente, forma-se por meio de sangramento retroperitoneal sem história prévia de trauma. Possui diversas etiologias, sendo as neoplasias as mais frequentes, seguidas das causas vasculares, anticoagulação e infecções são causas incomuns, 6,7% possuem caráter idiopático. Sua manifestação clássica é composta pela tríade: dor abdominal, massa palpável, e hipovolemia ou anemia.

RELATO DE CASO

Homem, 22 anos, atendido em unidade de emergência apresentando intensa dor em flanco direito (intensidade 8/10), nega hematúria, lipotimia ou síncope, sem outras queixas ou sinais clínicos presentes, nega utilização de anticoagulantes, ou discrasias sanguíneas. Ao exame físico de entrada, consciente, orientado e normocorado, sem presença de hematomas em parede tóraco-abdominal ou massas palpáveis. À análise laboratorial, hemoglobina de 15,5 g/dl e hematócrito de 47%, sem presença de leucocitose. Após suspeição de cólica renal atípica, foi solicitada avaliação urológica. O especialista com o exame de imagem adequado (tomografia computadorizada helicoidal de abdome e pelve com contraste) que demonstrou hematoma perirrenal direito, medindo 2,22cm de diâmetro axial. Optou-se pelo tratamento conservador não-cirúrgico em unidade semi-intensiva, com internação de cinco dias, após alta, acompanhamento mensal por 12 meses, com regressão completa do hematoma e confirmação do caráter espontâneo.

DISCUSSÃO

Apesar de ser um caso sem a presença da tríade clássica, os sintomas desta doença podem se apresentar de forma aguda ou insidiosa, explicando porque alguns fatores podem não ter se apresentado no momento do diagnóstico. Em relação ao tratamento há divergência na literatura, enquanto alguns autores sugerem a nefrectomia radical como primeira escolha (devido aos altos índices de malignidade oculta), outros preconizam o tratamento conservador no pré-operatório até definição da etiologia, sendo este último a conduta abordada no caso. Por se tratar de causa idiopática, sem achados sugestivos de patologias malignas ao acompanhamento ambulatorial, não houve a necessidade de intervenção cirúrgica.

Área

UROLOGIA

Instituições

Universidade Federal do Amapá - Amapá - Brasil

Autores

Vitoria Matos Bezerra, Amanda Casagrande Dias, Edimilson Santos Damasceno, Lucas Facco Silva, Luiz Nunes Rego Filho, Lecildo Lira Batista, Alberto Souza Paes, Thiago Afonso Teixeira