Dados do Trabalho
TÍTULO
PSEUDOCISTO PANCREATICO E SUAS DIFERENTES ABORDAGENS: RELATO DE CASOS
INTRODUÇÃO
Pseudocistos pancreáticos, na maioria dos casos, são resultados de complicações pós-pancreatite aguda ou crônica. Representam cerca de 20% de lesões císticas do pâncreas, e cerca de 41% dos pacientes com pseudocistos pancreáticos podem evoluir com complicações.
RELATO DE CASO
ASS, sexo masculino, 17 anos, vítima de trauma abdominal contuso, evoluiu com dor abdominal, vômitos biliosos, perda ponderal de 20 kg. Ao exame, abdome globoso com extensa massa ocupando flanco esquerdo e epigastro. Colangiorressonância mostrou volumosa formação cística, de conteúdo homogêneo, em corpo/cauda do pâncreas, medindo 17,8 x 17,6 x 11,2 cm (Vol 1835 cm³), determinando compressão gástrica e da aorta. A abordagem terapêutica imediata foi a drenagem do cisto via percutânea para aposição de dreno, retirando o paciente do quadro obstrutivo e melhora do status nutricional. Após 20 dias, foi submetido a derivação cisto-gástrica por videolaparoscopia. Boa evolução clínica, com alta no 3º dia. GF, 47 anos, sexo masculino, história de epigastralgia há 03 anos, associado a febre, vômitos e esclera ictérica, evoluindo no último ano com aumento do volume abdominal, plenitude gástrica e vômitos pós-prandiais. Diabético há 1 ano e meio, nega passado cirúrgico. Tomografia evidenciou volumosa formação cística pancreática na porção corpo-caudal (13,1x11,3x10,3 cm) e diminutas formações arredondadas hipodensas no lobo hepático direito. Ressonância confirma imagem cística pancreática comprimindo o ducto pancreático principal. Optado por videolaparoscopia com derivação cisto-gástrica, colecistectomia e biópsia hepática. Boa evolução pós-operatória com alta no 2° dia. CCPS, 29 anos, sexo masculino, quadro de perda ponderal de 34 kg em 2 meses, associado a náuseas e vômitos pós-prandiais após quadro de pancreatite aguda há 08 meses. Tomografia abdominal evidenciou área de hipocaptação de parênquima pancreático, compatível com sinais de necrose, e volumosa formação cística na gordura peripancreática medindo 11x9,1x9,5 cm (vol 4890 cm³). Realizada drenagem percutânea pela técnica de seldinger, com posicionamento de cateter pigtail para melhora do estado clínico e nutricional. Realizada ressonância de controle, com volume cístico de apenas 180 cm³ e pâncreas com pequenas áreas necróticas e colelitíase. Após melhora clínica, foi submetido a Colecistectomia videolaparoscópica com colangiografia intraoperatória e alcoolização da lesão pelo pigtail. Recebeu alta no 2° dia.
DISCUSSÃO
O tratamento para pseudocistos pancreáticos inclui procedimentos pouco invasivos, como drenagem percutânea guiada por imagem ou endoscópica, além de tratamento cirúrgico. A intervenção está indicada para quadros sintomáticos, com dor e obstrução alta. Embora a drenagem endoscópica seja o ideal, a drenagem externa e laparoscópica para derivação gastrocística disponível no serviço também são opções seguras, não sendo necessária a derivação no último caso, pois a drenagem externa e alcoolização foi resolutiva.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROF. ALBERTO ANTUNES - HUPAA/UFAL - Alagoas - Brasil
Autores
TADEU GUSMÃO MURITIBA, MATHEUS LEITE ROLIM, CAROLINE CARVALHO FERRO, CLAUBIANO CIPRIANO MOURA, ADRIANA MELO BARBOSA COSTA, IGOR LIMA RIBEIRO, MARIA CAROLINA SANTOS MALAFAIA FERREIRA, REGINALDO MELO FILHO