Dados do Trabalho


TÍTULO

ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL INFRARRENAL - RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O aneurisma é caracterizado como dilatação focal e permanente da artéria com aumento lento e contínuo, de pelo menos 50% do diâmetro do vaso. No aneurisma de aorta abdominal (AAA) ocorre dilatação ≥3 cm de diâmetro das 3 camadas do vaso, sendo a apresentação mais comum o AAA infrarrenal. Sua prevalência é maior no sexo masculino, e aumenta ao progredir da idade. O diagnóstico geralmente ocorre ao acaso, por causa da inespecificidade ou falta dos sintomas. O tratamento depende do diâmetro e da taxa de crescimento do AAA. O objetivo deste relato é descrever o caso de um paciente de 72 anos, assintomático, com AAA infrarrenal de diâmetro de 9 cm.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 72 anos. Portador de HAS e DAC multiarterial, ex-tabagista há 30 anos. Assintomático, em acompanhamento ambulatorial, realizou TC, que evidenciou AAA infrarrenal, com 11,2 cm de extensão, iniciando 2,1 cm abaixo da origem da renal esquerda e estendendo-se até a bifurcação ilíaca, com os maiores eixos transversos de 9,0x8,5cm. O colo proximal do aneurisma mede 2,1 cm, o colo distal com a ilíaca direita 3,7cm e com a ilíaca esquerda 2,4 cm. Há dilatações aneurismáticas na ilíaca direita (extensão de 5,6 cm e maiores diâmetros de 5,1x4,5cm com trombo em crescente ocupando cerca de 50% do lúmen) e na ilíaca esquerda direita (extensão de 3,7cm e maiores diâmetros de 3,5x3,3cm). Tendo em vista o diâmetro da AAA, indicou-se resolução cirúrgica, no entanto o paciente veio a óbito antes que pudesse ser realizada.

DISCUSSÃO

Os fatores de risco para AAA são idade avançada, HAS, AVE, insuficiência coronariana, aterosclerose, tabagismo e história familiar. Quanto mais fatores de risco, maior a probabilidade de ocorrência.
A maioria dos casos são assintomáticos ou se há sintomas, são inespecíficos, como edema em MMII, sintomas urológicos, dor abdominal ou lombar, e perda ponderal.
A apresentação simultânea de aneurismas em outros territórios é comum, com envolvimento ilíaco, torácico e periférico. O rastreio é indicado para homens >65 anos, anualmente, em especial com histórico de tabagismo. O manejo desses pacientes envolve avaliação do risco de ruptura, fatores predisponentes, necessidade de intervenção e riscos operatórios. O risco de ruptura é alto quando há aneurisma sacular, HAS não controlada, paciente do sexo feminino e diâmetro >8 cm, sendo a probabilidade de ruptura de 30 a 50%.
O tratamento do AAA tem como indicações: presença de um episódio embólico, obliteração invalidante e coexistência de um aneurisma ilíaco, dor lombar ou abdominal, aumento ≥5mm em 1 ano, e o principal critério é diâmetro ≥5,5 cm. Há 2 tipos de cirurgia: aberta ou reparo endovascular (REVA). Em condições eletivas e anatomia favorável, o REVA apresenta maiores benefícios: menor sangramento, diminuição do tempo de cirurgia, do período de internação e permanência em UTI, menor mortalidade em 30 dias e complicações cardíacas e respiratórias reduzidas; porém, a longo prazo, possui maiores taxas de complicações e reintervenções.

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

Liga de Saúde Vascular do Distrito Federal - Distrito Federal - Brasil

Autores

Isabella Muhammad Luzente Paulo, Mariana Carolina Braga, Lorayne Ugolini Santana, Beatriz Pires Paes, Sabrynna Kefrey Mota Matos, Nicholas Vinagre Augusto Santos, Larissa Franco Belem, Leandro Martins Gontijo