Dados do Trabalho
TÍTULO
TROMBOANGEITE OBLITERANTE AGUDA - UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A Tromboangeíte Obliterante (TAO) ou Doença de Buerger é uma endarterite oclusiva não-aterosclerótica que afeta pequenos e médios vasos em MMII e MMSS. Interpretada como uma vasculite imunológica, relacionada com tabagismo e hipercoagulabilidade, sua etiologia ainda é desconhecida. Afeta principalmente homens, no Oriente Médio e Ásia. É caracterizada por oclusões trombóticas inflamatórias e hipercelulares, rica em infiltrado mononuclear, que acarretam em insuficiência vascular e isquemia de membros.
RELATO DE CASO
Paciente masculino, 31 anos, ex-tabagista, convivendo com um tabagista em domicílio. Apresentou lesão trófica em hálux direito associada a dor em repouso há 8 meses, sem claudicação associada ou uso antibioticoterapia. Antecedente de amputação prévia de 3º pododáctilo esquerdo de difícil cicatrização. No exame físico apresentou em MIE pulso femoral, ausência de poplíteo e distais, bifônico em tibial anterior (TA) e posterior (TP); em MID, pulso femoral e poplíteo preservados, fluxo bifônico em TP e ausência de TA. Pela clínica, foi diagnosticado com Tromboangeíte Obliterante Aguda e internado para abordagem. Foram iniciados prednisona e prostavasin e realizada Aortografia e Arteriografia de Membros Inferiores, que revelou oclusão de artérias tibial anterior, posterior e fibular bilateral. Durante a internação, paciente evoluiu com melhora do quadro álgico e regressão da úlcera em hálux e seguiu para acompanhamento ambulatorial da patologia.
DISCUSSÃO
A TAO se apresenta com marcha claudicante e dores ao repouso. Pode haver isquemia, ausência de pulso, diminuição da temperatura e tromboflebite locais. Com o curso da doença, surge claudicação intermitente, ulceração e gangrena distais. As lesões vasculares da TAO podem ser classificadas em aguda, subaguda e crônica, sendo comum o achado de lesões em diferentes estágios em um mesmo paciente.
O diagnóstico dessa doença deve ser iniciado com a exclusão de outras etiologias, como desordens autoimunes, coagulopatias ou diabetes mellitus. Segundo Shionoya (1998), para o diagnóstico clínico de TAO os critérios devem ser preenchidos são: História de tabagismo (ativo ou passivo); manifestação antes dos 50 anos; oclusões arteriais infrapopliteais; envolvimento do membro superior ou tromboflebite migrans; e ausência fatores de risco ateroscleróticos exceto o tabagismo.
A principal medida para o tratamento é a cessação do tabagismo e evitar ambientes com fumantes, caso a medida não seja adotada, a doença tende a se estender, podendo levar à necrose do membro. Além disso, constituem também o tratamento clínico o uso de vasodilatadores, anticoagulantes e prostaglandinas. Como abordagem cirúrgica, vem sendo estudada a arterialização do arco venoso, que consiste em uma tentativa de recanalização da área afetada por meio da confecção de uma fístula entre o sistema arterial do membro e uma veia superficial. Em casos refratários às opções de tratamento iniciais, a resolução é dada pela amputação do membro afetado.
Área
CIRURGIA VASCULAR
Instituições
Escola Superior de Ciências da Saúde - ESCS - Distrito Federal - Brasil
Autores
Heloisa Lima Heller, Beatriz Luna Coutinho de Almeida, Isabella Muhammad Luzente Paulo, Larissa Franco Belem, Leandro Martins Gontijo, Lizandra Karoline Silva do Monte, Mariana Carolina Braga, Múcio Lopes da Fonsêca