Dados do Trabalho
TÍTULO
LIPOMA INTRAMUSCULAR GIGANTE DE COXA: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
Os lipomas são os tumores mesenquimais benignos mais comuns na população. Para que um lipoma seja considerado gigante, deve apresentar pelo menos 10 cm em uma de suas dimensões ou pesar ao menos 1.000g. Devido o tamanho excessivo, os lipomas gigantes podem causar limitações funcionais, como linfedema, síndromes dolorosas ou compressão nervosa. No presente artigo, devido à peculiaridade dessa condição e ao grande tamanho da lesão relatamos o caso de uma paciente apresentando um lipoma intramuscular gigante localizado em coxa direita.
RELATO DE CASO
Paciente do sexo feminino, 51 anos, relata que em 2009 apresentou nodulação em região de coxa direita, sendo submetida à exérese da lesão em outro serviço, anatomopatológico evidenciou lipoma. Em 2013 apresentou recidiva da lesão, sendo submetida à nova exérese, porém não houve ressecção total da lesão. Durante o pós operatório, apresentou deiscência de sutura de pele, devido a esforço físico, evoluindo com cicatrização por segunda intenção. Refere que a lesão voltou a expandir há quatro anos, com crescimento mais acelerado há um ano. Ao exame físico, apresentava aumento da face anterior da coxa direita sendo notada tumoração de consistência pouco endurecida à palpação, móvel em relação aos planos profundos. A paciente apresentava dor em membro inferior direito e dificuldade de deambulação. Ressonância magnética evidenciou lesão expansiva com intensidade de gordura localizada compartimento anterior da metade proximal da coxa direita medindo 26,6 x 13,1 x 8,9cm. No intra-operatório, observada lesão lipomatosa volumosa em coxa direita envolvendo músculo sartório, em contato com vasos femorais sem invadi-los. Realizado ressecção de todo o tumor. Peça cirúrgica pesava 1427g e biópsia evidenciou lipoma gigante. Paciente recebeu alta no segundo dia de pós operatório.
DISCUSSÃO
O caso relatado evidencia um lipoma extenso de membro direito com peso de 1427g, e que, assim como em outros casos descritos na literatura gerou limitação funcional e sintomas dolorosos no membro acometido. A ressonância nuclear magnética foi útil para o diagnóstico, evidenciando a localização atípica do tumor (intramuscular), além de colaborar para o planejamento cirúrgico.
A excisão cirúrgica é o tratamento de escolha porque esses grandes tumores podem sofrer transformação maligna. No caso descrito, a paciente apresentava recidiva da lesão após ser submetida a dois procedimentos cirúrgicos; e ainda queixava-se dor em membro inferior direito e dificuldade de locomoção; motivos pelos quais procurou atendimento médico. Além disso, apresentava-se apreensiva frente ao risco de malignidade, optando-se por ressecção cirúrgica da lesão. Após ressecção total da lesão e confirmação histopatológica de lipoma gigante, a paciente mostrou-se aliviada.
O tratamento dos lipomas gigantes é a excisão cirúrgica. Devido ao alto risco de recidiva e a chance de malignização, mesmo com a ressecção radical do tumor, é necessário um acompanhamento pós-operatório rigoroso.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - Espírito Santo - Brasil
Autores
LUILSON GERALDO COELHO JUNIOR, MARCIA PORTO ASSIS, Alex BRUNO DE CARVALHO LEITE