Dados do Trabalho


TÍTULO

Ressecções Multiorgânicas no Adenocarcinoma Gástrico Avaliação em 10 anos Conforme o TNM da AJCC 2016

OBJETIVO

A realização da ressecção de outros órgãos associados ao adenocarcinoma gástrico podem ocorrer com finalidade preventiva (vesícula biliar), tática (baço) ou terapêutica (invasão direta). Independente, ao estender a cirurgia aumenta-se os riscos de complicações e há questionamentos, principalmente quanto a esplenectomia nos tumores avançados do estômago. Avaliaremos a cirurgia multiorgânica, procurando entender seus efeitos quanto à morbimortalidade operatória e a sobrevida, procurando pesar os riscos e benefícios.

MÉTODO

Foram avaliados retrospectivamente adenocarcinomas gástricas ressecados com intenção radical ou paliativa no Serviço de Cirurgia Abdômino-Pélvica do Hospital do Câncer I, INCA. Os dados coletados foram epidemiológicos, clínicos, cirúrgicos, patológicos e de sobrevida. O período operatório foi de 1997 a 2006 e o seguimento oncológico se fez por 10 anos após a data da última cirurgia.

RESULTADOS

Foram avaliados 802 pacientes, com média de 60±12 anos, sendo 458 (57,1%) homens. Ocorreram 236 (29,4%) ressecções de órgãos perigástricos. Não observamos invasão direta de vesícula biliar ou baço em nenhum caso. Foram realizadas 118 (14,7%) colecistectomias. Foram encontrados 20 casos de invasão direta do tumor (pT4b), Os principais órgãos invadidos foram pâncreas (8 casos), fígado (4 casos), cólon (4 casos) e outros (4 casos). A taxa global de complicação e mortalidade foram de 37% de 6,7%, respectivamente. A taxa global de sobrevida em 5 e 10 anos foi de 54% e 43%. Conforme o pT4a em 5 anos foi de 42% e 10 anos de 31%, no pT4b em 5 anos foi de 44% e em 10 anos de 22%.

CONCLUSÕES

A ressecção de órgãos associados requerem experiência do cirurgião para definir se deve ser preventiva, tática ou terapêutica a cirurgia. A ressecção terapêutica está indicada em um número limitado de casos, mas pode propiciar boa sobrevida em 5 e 10 anos de seguimento oncológico

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

Instituto Nacional do Câncer - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Renata Coelho Silva Ramos, Rubens Kesley, Max Benicio da Fonseca Brito, André Maciel, Odilon Souza Filho, Leonaldson Castro, José Humberto Simões Correa, Eduardo Linhares Riello de Mello