TÍTULO

RELATO DE CASO: RENDEZ-VOUS LAPAROENDOSCOPICO APOS FALHA DA CPRE EM PACIENTE COM GASTRECTOMIA PREVIA A BILLROTH II

INTRODUÇÃO

A colangiopancreatografia endoscópica retrograda (CPRE) é o tratamento de escolha para a resolução da coledocolitíase, tendo taxas de sucesso que chegam a 90%. No entanto, torna-se um procedimento difícil em pacientes que possuem anatomia alterada, necessitando de uma terapêutica alternativa para a extração dos cálculos da via biliar principal. Descrevemos o caso de um paciente com gastrectomia parcial prévia e reconstrução a Bilroth II, portador de colelitíase e coledocolitíase associada, o qual após falha da CPRE foi submetido a colecistectomia e tratamento endoscópico da via biliar no mesmo ato operatório através da técnica de rendez-vous guiada por videolaparoscopia.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 63 anos, quadro de dor em abdômen superior há 1 semana e icterícia de padrão obstrutivo. História prévia de gastrectomia parcial e reconstrução a Billroth II por úlcera gástrica há 20 anos. Sem comorbidades. Submetido a exame de ultrassonografia que evidenciou colelitíase e coledocolitíase.
Diante do quadro, o paciente foi submetido a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), a qual não se obteve sucesso na canulação da via biliar extra-hepática, dificultada pela distorção anatômica resultante da gastrectomia prévia. Foi proposta a retirada laparoscópica da vesícula biliar e o tratamento endoscópico da coledocolitíase no mesmo tempo cirúrgico.

DISCUSSÃO

O manejo adequado da coledocolitíase na via biliar com anatomia alterada está intimamente relacionado com as habilidades técnicas das equipes médicas. Para tanto, não há dúvidas de que o tratamento laparoendoscópico em um único estágio possui vantagens sobre o método em dois tempos. Além de diminuir o tempo de canulação, as complicações associadas a manipulação endoscópica da papila duodenal maior e o risco de perfuração intestinal, o rendez-vous laparoendoscópico reduz tempo de internação hospitalar e os custos. Sendo assim, é uma alternativa segura e eficaz no tratamento da coledocolitíase em pacientes com anatomia alterada, como na gastrectomia prévia a Bilroth II.