Dados do Trabalho
TÍTULO
FIBROMA OSSIFICANTE JUVENIL EM OSSO ETMOIDAL
INTRODUÇÃO
O Fibroma Ossificante Juvenil (FOJ) é constituído por um grupo de lesões fibro-ósseas na região de cabeça e pescoço que possui como base patológica a substituição do osso normal por tecido de fibroblastos e, por consequência, formando fibras de tecido colagenoso e outro minerais. Benigno, pouco comum, abrange cerca de 2% dos tumores bucais que acometem crianças e adolescentes, sendo distinguido das demais lesões fibro-ósseas pela idade de inicio, quadro clínico e seu potencial de crescimento. Apresenta maior prevalência pelo gênero masculino e em áreas com dentes congenitamente ausentes, tem crescimento rápido e assintomático nas regiões anatômicas envolvidas, localmente agressivo e tende a recorrência (levar a uma desfiguração facial). A recidiva se deve principalmente a remoção, variando de 30% a 58% dos casos.
RELATO DE CASO
Paciente E.C.B.S., sexo feminino, 10 anos, encaminhada ao cirurgião de cabeça e pescoço com história de proptose de globo ocular à direita progressiva sem outros sintomas ou alterações ao exame físico. Em Ressonância Magnética observada a presença de volumosa formação expansiva infiltrativa de cerca de 4 cm com hipossinal T1 e T2 de origem presumida em cavidade nasal a direita e extensão para seio maxilar, órbita (com erosão da lâmina papirácea) e placa cribiforme sugerindo diagnóstico de estesioneuroblastoma. Indicada ressecção cirúrgica conservadora onde pode-se observar que toda a massa tinha origem no platô cribiforme, sendo as demais alterações decorrentes de compressão da massa tumoral. O pós-operatório se deu sem intercorrências e o diagnóstico histopatológico foi sugestivo de fibroma ossificante juvenil subtipo psammomatóide (confirmado através de imunohistoquímica). Em sua análise histológica, o aumento do tecido conjuntivo celular fibroso associado a proliferação osteoblástica podem determinar o padrão de crescimento do tumor e nortear o tratamento para uma intervenção cirúrgica conservadora ou ressecção radical, que acabaria comprometendo as atividades funcionais da paciente. A paciente evoluiu com perda de seguimento no 3° mês de pós-operatório e retorna após 14 meses para seguimento. No momento em reestadiamento, sem melhora do padrão da proptose ocular direita.
DISCUSSÃO
A presença do FOJ em pacientes de faixa etária entre os 5 e 15 anos, de forma assintomática e rápido crescimento, suscita importantes discussões na literatura médica no que refere ao tipos de protocolos cirúrgicos a serem abordados. A preservação de estruturas nobres, sua forma benigna e a pouca agressividade do tumor, corroboram para a escolha de uma intervenção conservadora (que inclui curetagem e excisão local), pensando-se além de preservação da função no caráter estético
Área
CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO
Instituições
UNIT - Alagoas - Brasil
Autores
Victor Machado Guimarães Santos, Maria Carolina Santos Malafaia Correia, Marcos Alencar Tavares, Igor de Lima Ribeiro, Reginaldo Melo Filho, Adriana Melo Barbosa Costa, Claubiano Cipriano Mouro, Ana Carolina Pastl Pontes