Dados do Trabalho


TÍTULO

SINDROME DA ARTERIA MESENTERICA SUPERIOR: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Síndrome da Artéria Mesentérica Superior (SAMS), ou Síndrome de Wilkie, é causa rara de compressão vascular extrínseca duodenal e pode se manifestar mais comumente com quadro crônico, dor epigástrica e vômitos pós-prandiais ou obstrução intestinal acima do ângulo de Treitz. O diagnóstico, muitas vezes é de exclusão e deve ser suspeitado na ausência de outras patologias mais comuns.

RELATO DE CASO

A.R.R.A., 14 anos, masculino. Ao procurar atendimento, havia iniciado quadro de dor abdominal, associado a distensão acentuada e muitos episódios de vômitos escurecidos há 1 dia. Sem demais queixas, sem comorbidades prévias, sem alergias. Paciente apresentava intensa perda ponderal recente ao longo de 6 meses aproximadamente. Tentativa inicial de tratamento não operatório com medidas clinicas, apresentando sonda nasogástrica (SNG) com alto débito, escurecido, sem melhora do quadro. Exames iniciais demonstravam grande distensão gástrica e leucocitose acentuada. Optada pela realização de tomografia computadorizada de abdome para elucidação diagnóstica, a qual confirmou acentuada distensão gástrica e das 1ª e 2ª porções duodenais, com estenose da 3ª porção duodenal pela artéria mesentérica superior (AMS). Optada pela correção cirúrgica via laparotomia, com anastomose primária latero-lateral da 3ª porção duodenal proximal a AMS e porção jejunal a 15cm do Ângulo de Treitz, visando desvio do trânsito do local acometido. O paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório (PO), recebendo alta ao 7º dia de PO com boa aceitação de dieta leve. Em acompanhamento ambulatorial atualmente.

DISCUSSÃO

A SAMS foi descrita pela primeira vez no século XIX e detalhada posteriormente por Wilkie, trata-se de compressão extrínseca da 3ª porção duodenal, anteriormente pela AMS e, posteriormente, pela coluna vertebral e aorta. Extremamente rara, com prevalência na população geral menor que 1%, mais comum em mulheres (2:3). A diminuição do ângulo entre a aorta e AMS configura a fisiopatologia da doença. Normalmente, esse ângulo varia de 25 a 60º, com distância de 10 a 28mm. Nos portadores da SAMS, a distância fica entre 2-10mm, com angulação de 6 a 16º. Os fatores que levam a redução da angulação são a perda ponderal significativa e rápida, variações anatômicas (congênitas ou adquiridas). As manifestações vão de insidiosas, com quadro de dor epigástrica e vômitos pós-prandiais, até agudas, como a obstrução intestinal. O tratamento inicial a ser tentado é conservador, porém em casos de refratariedade dos sintomas, ou demais complicações, opta-se por tratamento cirúrgico.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

Santa Casa de Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Brasil

Autores

Thais Lemos da Costa Dias, Heloisa Davanso de Souza, Giovanni Rossi Araújo Chaves, Kim Soares Marinho, Juliano Grubert de Arruda, Ronald Reverdito