Dados do Trabalho


TÍTULO

COLEDOCOLITIASE VERSUS TUMORES PERIAMPULARES: UM DESAFIO DIAGNOSTICO E ANALISE DE CASOS DA ENFERMARIA DE CIRURGIA GERAL DO CONJUNTO HOSPITALAR DO MANDAQUI

OBJETIVO

Destacar a importância do exame de colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) no diagnóstico diferencial entre coledocolitíase e tumores periampulares em casos de alto risco de coledocolitíase na enfermaria de cirurgia geral do Conjunto Hospitalar do Mandaqui pela dificuldade diagnóstica entre essas duas patologias com uso somente dos exames triviais.

MÉTODO

Estudou-se 13 artigos, sendo 4 com análise de casos de dúvida diagnóstica, que evidenciaram a demanda por maior uso de recursos hospitalares para achar a causa da síndrome colestática. Além disso, houve busca por casos em nossa própria enfermaria a partir dos pedidos de colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) com a avaliação de 101 pedidos de março de 2017 a setembro de 2018,e estratificação de risco de coledocolitíase, segundo o guideline da Sociedade Americana de Gastroenterologia Endoscópica (ASGE 2010), havendo 34 casos de alto risco para coledocolitíase, sendo 18 casos confirmados, 9 casos de tumor periampular; 9 casos em que houve dúvida quanto ao diagnóstico e se confirmou calculose de vias biliares; 8 casos de risco intermediário, em que 5 foram negativos para coledocolitíase, e 3 casos de baixo risco, igualmente negativos. Os 68 casos restantes foram excluídos por serem pedidos por outras causas, como fístulas coledococutâneas, ou por não conseguir contato, ou ainda, por não haver dados em prontuário.

RESULTADOS

Aproximadamente 10% da amostra apresentava resultados de exames mais característicos de tumor periampular, mas foram diagnosticados com coledocolitíase e o uso da CPRE nesses casos foi fundamental. Houve predomínio do sexo feminino nos casos de colelitíase, mas não houve correlação com gênero possível nos casos de neoplasia periampular; da faixa de idade de 60 a 80 anos nesses casos de dúvida; o nível sanguíneo do marcador tumoral ca 19-9 estava mais elevado em casos de coledocolitíase com colangite, mostrando que tal marcador é mais responsivo a fatores inflamatórios; não se pôde correlacionar quantos cálculos foram retirados à papilotomia com o aumento de GGT e bilirrubina, por falta de relato no prontuário; e os valores elevados de GGT e bilirrubinas determinaram a análise de outras possibilidades diagnósticas, sendo necessário mais exames laboratoriais e de imagem, aumentando o custo do paciente ao hospital. Além disso, somente em 1 caso houve complicação após a CPRE, o que levou o paciente à óbito, exatamente a porcentagem demonstrada pela Nippon School, e menos de 1/3 (somente 8 casos de 101) da amostra teve má indicação do exame mais invasivo.

CONCLUSÕES

O diagnóstico diferencial ainda é um desfio em casos de dúvida, mas se deve lançar mão de todos os recursos para chegar a tal em casos de alto risco para coledocolitíase conforme o guideline de 2010 da ASGE. Além disso, o serviço de Cirurgia do Hospital do Mandaqui apresentou ótima qualidade quanto à boa indicação de exames mais invasivos para a elucidação diagnóstica.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

CONJUNTO HOSPITALAR DO MANDAQUI - São Paulo - Brasil

Autores

ANA LUIZA MARQUEZ DE CAMPOS ANA CAMPOS ANA CAMPOS, LUIZ EDUARDO BERNARDINI DE CARVALHO EDUARDO BERNARDINI CARVALHO