Dados do Trabalho


TÍTULO

APRESENTAÇAO DA NEOPLASIA DE VESICULA BILIAR NA REGIAO NORTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: UM ESTUDO RETROSPECTIVO

OBJETIVO

O nosso objetivo nesse trabalho foi analisar os aspectos epidemiológicos-cirúrgicos dos pacientes com câncer de vesícula biliar no norte do estado do Rio Grande do Sul e ver se esses pacientes se enquadram ao que está relatado na literatura.

MÉTODO

Foi realizado um estudo retrospectivo de exames anatomopatológicos das peças cirúrgicas, sendo considerados para este estudo pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de câncer de vesícula biliar, no período de 1996 a 2016 nos hospitais do norte do estado do Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados e inseridos no programa Microsoft Excel® para posterior avaliação através de pacote estatístico. Foram avaliadas 197 peças cirúrgicas com câncer de vesícula biliar.

RESULTADOS

A média de idade dos pacientes acometidos pela neoplasia de vesícula biliar era 65 anos (±12) e o sexo predominante foi o feminino (70,6%). O principal convênio utilizado foi o SUS (61,4%) e a cidade com maior número desses doentes foi Passo Fundo (63,4%). O maior número de cirurgias ocorreu durante os anos de 2006-2011 (33,5%), sendo que sua maioria era eletiva (64,5%). O número médio de lesões era de 1,5 (±1,14) e a média do seu maior diâmetro era de 2,5 cm (±1,6). A média de espessura da parede foi de 0,76 cm (±0,46). A maioria das peças cirúrgicas não apresentavam cálculo em seu interior (50,8%). O tipo histológico mais frequente das lesões foi o adenocarcinoma (99%) com moderada diferenciação celular (69%). Na maioria das peças, observava-se invasão angiolinfática (61,4%), perineural (53,3%) e o estadiamento do tumor primário foi de T3, na maioria dos casos (81,9%). A média do número de linfonodos era de 2 (±4). A minoria dos pacientes apresentou invasão hepática (30,5%). A congelação no ato operatório foi realizada em 8,6% dos casos. A maioria das peças apresentava margens cirúrgicas livres (77,2%). Houve diferença significativa entre o sexo e o grau de diferenciação (p: 0,001) e entre o tamanho da margem e hospital em que foi realizada a cirurgia (p: 0,003). A espessura da parede apresenta-se relacionada ao número de linfonodos comprometidos (p: 0,03), ao T (p: 0,02) e à invasão perineural (p: 0,04). A realização da congelação estava diretamente relacionada às margens cirúrgicas maiores (p: 0,003).

CONCLUSÕES

O perfil do paciente com câncer de vesícula biliar no norte do Rio Grande do Sul é de uma mulher, com mais de 60 anos, apresentando um adenocarcinoma com moderada diferenciação, estadiamento do tumor primário em T3, com invasão angiolinfática e perineural, dados que coincidem com a literatura mundial, embora faltem estudos com grandes populações visto a raridade da patologia.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Universidade de Passo Fundo - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Francisco da Silva, Fernanda Marcante Carlotto, Augusto Poloniato Gelain, Fernanda Tisott Burtet, Ana Maria Marcolan, Jorge Roberto Marcante Carlotto, Lucas Duda Schmitz, Juarez Antônio Dal Vesco